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Channel: A ARTE DE EDUARDO SCHLOESSER

JESUS, O ALFA E O ÔMEGA


O PODER DA VERGONHA

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 PHOBOS e DEIMOS soa em minha vida mais atual que nunca, é um dos meus quadrinhos mais interessantes, embora eu seja suspeito para falar. São histórias de pessoas desesperadas, abandonadas, vivendo situações esdrúxulas em ambientes de caos, solidão, tristeza, nunca redimidas, que vão desde uma ex-atriz pornô a um lobisomem com conflitos edipianos. Pena que só foram impressas umas poucas cópias, acho estranho que um tomo de 296 páginas em que - como sempre - coloquei muito da minha alma nele tenha chegado à umas 50 pessoas. Não vejo possibilidade de republicação com uma tiragem maior, talvez num futuro distante quando eu não mais caminhar sobre a terra, mas aí, pra mim, não fará diferença alguma.

Mas, sabem, o teor extremamente amargo e intimista de Phobos não atrai mesmo o público. Existem leitores variados de HQs, tem os que leem de tudo (como eu), existem os que leem só super heróis, outros, apenas mangás, há aqueles que procuram somente os eróticos, ou faroeste, ou terror, ou histórico. Tem os que curtem material escapista e outros ainda que idolatram os "intelectuais" chatos como Alan Moore e Neil Gaiman. Não sei apontar qual desses se interessaria pelo meu produto, mas pelo número de vendas dos meus quadrinhos eu diria que são poucos, muito poucos.

 Mais uma vez e novamente me vejo numa situação financeira periclitante e isso tem durado uns meses, já. Nunca foi fácil, mas há momentos em que a água chega perto do nariz; fosse apenas eu, não me importaria, quando morei no Rio de Janeiro eu protagonizei as mais diversas situações vexatórias e tive momentos de fome literal sem me importar com o fato. Mas existem pessoas que dependem de mim, então, desistir não é uma opção.

Tentei colocar artes à venda em redes sociais, não obtive retorno absolutamente nenhum. No passado, em situações semelhantes, um ou dois admiradores compravam alguma arte e isso dava pra pagar uma água ou luz. A situação desse país é ridiculamente torpe, uma tragédia anunciada onde alguns "espertos" pagaram pra ver, fizeram acordo com o diabo, agora inocentes e pecadores pagam o pato, e que pato!

Digo isso porque entendo que nos tempos que testemunhamos quase ninguém tem grana pra comprar desenho ou gibi (e eles andam caros, subiu papel e tinta!).

Diante de tal situação me vi obrigado a pedir dinheiro emprestado a uns conhecidos para evitar o corte de alguns serviços e, amados e amadas, que vergonha isso me dá! Fico com um oco no estômago e as mãos suam diante da negativa, eu fico desejando que um buraco apareça para que eu possa ser engolido por ele e nunca mais aparecer.

Frequentemente maldigo a minha incompetência, incapacidade de fazer dinheiro. Sim, arte e ilustração dão grana. Até arte merda dá grana. Mas eu não conheço o tal caminho das pedras. Encontrarei um dia? Por falta de opção eu sigo tentando.

Fiquem todos com DEUS!

PINDAÍBA, ESSA VELHA CONHECIDA, COMO UMA VIZINHA RABUGENTA E DESAGRADÁVEL BATE À MINHA PORTA COM MAIOR FREQUÊNCIA NESSES ÚLTIMOS TEMPOS.

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 Não tem sido segredo para ninguém que ando mal das finanças. Aconteceu a vida inteira com breves momentos de respiro, nunca sobrou grana, aquela que se guarda para uma eventualidade, não, sempre foi no limite, fosse eu morando com meus pais ou sozinho ou agora, casado. Mas tem vezes que a coisa fica cruel, cruel mesmo! Teve um tempo no Rio de Janeiro que a fome apertou, só não dormi na rua porque alguém me ofereceu um teto e ele foi muito caro, cobravam a minha alma.... e foi só o teto mesmo, comida e roupa, bah, parecia moeda jogada dentro de um penico fumegante de merda. Estaria eu sendo injusto? Não acho, foi como senti. Outros lugares por onde estive, Guarulhos, por exemplo, a vida era dura com todos mas eu era tratado com respeito e havia carinho nas palavras.

Nunca esqueço quando meu pai, certa vez, em Brasília, tirou licença do seu trabalho no ministério e foi para São Paulo tentar algo junto a uns antigos conhecidos seus para ganhar dinheiro e ficou sem dar notícias por muitos meses. O apartamento onde morávamos (numa boa quadra da Capital Federal) era descontado diretamente na folha de pagamento dele, por isso não ficamos sem casa, mas o resto, eu e minha mãe tivemos que nos virar. Havia um japonês que tinha uma quitanda de frutas na comercial da quadra, minha genitora era conhecida da mulher dele e os pomos e hortaliças que começavam a passar do ponto eram doadas a nós. Eu e ela sempre trazendo caixas de frutos e legumes perto do vencimento. Uma filha que o japa teve fora do casamento, uma bastarda magra, alta, que me detestava, sei lá porque, comentou certa vez: esse rapaz não trabalha, não? Meus irmãos eram pequenos, os mais velhos depois de mim, entravam na adolescência, eu procurava trampo desesperadamente. Havia um programa de tv local em que o apresentador fazia a caridade anunciando pretendentes à algum serviço, haviam pessoas com tarimba de caminhoneiro, motorista de trator, operadores de máquinas, empregadas domésticas e tals. Eu era o tal desenhista, parecia até piada, desenhista de quê? de projetos? Não, desenhos artísticos. Artísticos? Como assim? Bem, faço caricaturas e retratos, pinto paisagens em quadros, essas coisas. Ah, ok. Bem pessoal, tem aqui esse rapaz que desenha essas coisas, o telefone dele é tal. Claro que ninguém nunca ligou. Lembrem, era o ano de 1983.

Certa vez anunciaram umas vagas para trabalhar no Carrefour que ia abrir no Park Shopping. Fiquei horas e horas numa fila debaixo do sol para fazer um cadastro e, claro, nunca fui chamado.

Minha mãe sempre foi lutadora, ela começou a tomar conta de umas crianças de umas madames metidas. Nossa casa quase virou uma creche. Choro de criança malcriada querendo a mãe. Era horrível!      

Depois ela alugou o quarto de empregada para um cara da igreja Mórmon que estava em BsB fazendo um curso, depois que ele saiu, recomendou a um amigo e o novo inquilino era um cara chato pra caralho.

E assim vivemos aquela fase até que meu pai voltou e tudo continuou na mesma, só mudou a tensão violenta que ele sempre causava. Claro que no ano seguinte eu tive um emprego, mas essa atividade foi tão marcante (no sentido negativo) que deixo para uma postagem própria, se eu tiver ânimo para o relato.

Quando voltamos para São Paulo no início dos anos 90 os dois primeiros meses foram de amargar.

Entre baixos e fundo do poço, venho vivendo, e o instante atual é quase desesperador. Meus cartões foram cancelados. A todo instante recebo emails dessas empresas oferendo acordos. Queria poder dizer a eles, calma! Eu vou pagar, sempre pago o que devo (embora não seja um Lanister), só tenham um pouco mais de paciência.

Ontem trabalhei com um pincel rombudo, a ponta dele se desgastou. Meu tubo de nanquim só tem umas poucas gotas que tento economizar. Minhas canetas unipin estão quase secas, as mais grossas, pelo menos e as folhas de sulfite para esboços e rascunhos chegaram ao final. Deus mandou trabalho, fiz umas artes e consegui pagar as contas de água, luz e internet. Não tem faltado o básico para alimentação mas parei com uma medicação que eu deveria tomar para ter mais conforto à noite. Tudo bem, sou guerreiro, vou aguentar até que a situação melhore.

Apesar de tudo isso, pressão psicológica, saudade onipresente, estou confiante. Os ventos vão mudar. Eu medito no Salmo 121.

JESUS VIVE!!!! Aleluia!

Ilustra para um didático. 


O ANGUSTIANTE STRESS

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 Hoje amanheceu ensolarado, um dia bonito, feriado, no entanto considero que foi um tempo horrível. Nada aconteceu demais fora da minha rotina, no entanto, dentro de mim ardia a chama fria da tristeza, aquela vontade insana de largar tudo e sumir, mas não sumir pra um local desconhecido, e sim desaparecer mesmo, como acontece nesses filmes onde o protagonista ao final caminha para o horizonte e de repente ele se mistura com a paisagem e volatiza-se.

A razão para isso pode ser explicada por um diálogo que travei via mensagem com um amigo chamado Louis Melo, um jovem muito inteligente e brilhante artista.

Me perguntava ele: como está? e os trabalhos? os dias corridos? Respondi que a depressão batia forte mas que seguia resistindo, quanto aos serviços, havia bastante mas não tava dando conta de fazer, sem inspiração e motivação e seguia procrastinando e ele respondeu sabiamente: "Já parou pra pensar que, na sua idade, isso talvez não seja procrastinar, mas sim uma exigência maior da sua mente de exercitar um momento de ócio saudável?" E continuou: "Nenhum barco aguenta viver sua vida útil inteira em mar tempestuoso, a calmaria também é necessária para se ter equilíbrio e regulamento da consciência."

Não sei, talvez seja isso, a caravela da minha vida começa a fazer água. 

Hoje, depois de algumas situações desagradáveis, estressantes e humilhantes eu orei a Jesus, em pé na minha cozinha enquanto pegava água na geladeira, pedindo misericórdia, o perdão dos meus pecados e que me desse força extra para continuar prosseguindo pois eu sei que agora não falta muito para tudo acabar, mas no tempo que ainda resta eu tenha fôlego para as últimas braçadas. Sempre que faço isso Ele me manda um refrigério, inspirei profundamente e soltei o ar devagar. Continue, só mais um pouco, está perto agora.

Tenho que concluir os projetos que estou desenvolvendo (até que novos surjam) mas está árduo, custoso. E pode ser mesmo como o meu jovem amigo sugeriu, passei a vida enxugando gelo e agora a mente entra em curto e está em pane. 

Como todos os que me prestigiam aqui há longos anos sabem, o calor começa a ficar forte de verdade e neste exato momento estou na minha prancheta com o desagradável ardor da temperatura e os pernilongos atormentando minha pele e minhas orelhas. Penso que só há um amigo que saiba o motivo d´eu estar sem ventilador. Como dizem: é osso trabalhar nessas condições!

Tenho saudades dos tempos onde eu, cheio de energias passava horas noite adentro trabalhando nas páginas do Zé Gatão. Sou grato ao Felino por momentos em que havia esperanças de tempos amenos com resultados positivos pelo esforço genuíno. 

E falando nele, o amigo Adalberto Eliazar dividiu comigo suas lembranças sobre o personagem:

 "Lembro bem da primeira vez que vi o Zé Gatão. Foi bem antes do advento da internet. Na época meu pai trabalhava em Brasília e trouxe ferramentas envoltas em algumas folhas de jornais, quando fui desembalar tudo, lá estava aquela criatura em meio perfil, com um artigo que corria ao lado. Anotei o nome do autor e fui pesquisar. A princípio encontrava apenas referência a um fisiculturista com o mesmo nome do felino, mas nos anos que se seguiram, quando vim para Campinas, enfim encontrei um exemplar tão almejado de Crônica do Tempo Perdido."
 
Lendo essas palavras eu sinto que apesar de tudo, valeu a pena cometer todas aquelas páginas ao longo de mais de trinta anos.
 
É a resposta do Senhor Jesus.
 
Volto ao trabalho agora, enfrentando a saudade e temperatura alta.
 
Obrigado por virem aqui.
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

DUDU SCHLOESSER NUM PODCAST

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 Boa noite a todos!

Amanhã à noite (segunda-feira dia 16 às 20 horas), querendo DEUS, estarei numa live com o Edson Santos no canal CLUBEDOFILMEPODCAST no YouTube.

Certamente deverei voltar depois com alguns comentários sobre a conversa e postando o vídeo, mas quem puder aparecer ao vivo e participar com perguntas e comentários será legal. Falaremos sobre Zé Gatão - Siroco e, claro, os álbuns anteriores, bastidores da produção, meus projetos recentes e muito mais.

Aguardo vocês;

Beijos! 



E ASSIM FOI O PODCCAST..

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 Na minha vida existem tristezas e tristezas. Umas possuem um agente visível, concreto, seja na forma de uma pessoa, uma situação ou um bolso vazio. Outras são como sombras num quarto escuro, sinto o cheiro, o toque, consigo ouvir os sussurros, mas não sei detectar o porque de estarem me torturando.

Me sinto assombrado por fantasmas. Me pergunto: se sou Cristão, creio na Palavra e confio nas promessas de DEUS, por que vivencio isso? A resposta me vem na forma das imagens criadas pelo Mel Gibson no filme Paixão de Cristo, nele, Jesus via (só Ele) uma figura andrógina (satanás) segurando um bebê grotesco no colo. Uma brilhante simbologia que demonstrava que o Mestre ao longo de sua vida como homem sempre fora acossado por tentações mas ainda assim sem ceder a elas. O mesmo poderia acontecer a um indivíduo ínfimo como eu; no meu caso, pressionado por meus traumas e outras coisas mais. 

Esses dias tem sido assim, oprimido por essas consternações etéreas. Não tem sido fácil mas admito que são menos pesadas que as desolações concretas.

Houve um tempo, no ano de 2017 em diante, que alguns rigores da vida me trouxeram constantes tonturas e pressão na cabeça. Depois de uns anos, isso passou, agora parece que voltaram.

Não temo a morte, mas tremo só de pensar num AVC, algo que limite ainda mais a minha vida e eu não consiga limpar a própria bunda. 

Ontem à noite aconteceu a live onde eu deveria fazer a divulgação de ZÉ GATÃO - SIROCO. Devo lembrar que era pra ter sido feita no Canal Milhas e Milhas do Cássio Witt, mas demorou demais por causa das dificuldades que o editor da Atomic enfrenta e eu queria aproveitar para malhar o ferro enquanto ele estava quente, então entrei em contato com o simpático Edson Santos do canal Clube do Filme Podcast e marcamos o papo que ocorreu ontem. Aliás, uns anos antes ele me entrevistou na rádio onde ele trabalha.

Pela minha ótica, não fosse o entrevistado, tudo teria sido muito bom. A internet não decepcionou, o Edson é ótimo, os espectadores participaram com comentários e perguntas. Não teve um milhão de pessoas assistindo mas também não havia só duas ou três, no entanto eu não consigo me acostumar com a minha cara, voz e tudo mais. Tentei assistir o vídeo hoje pra conferir tudo e não consegui passar de 5 minutos. Mas pelo feedback as pessoas gostaram, elogiaram apesar do meu visível desconforto e não ter conseguido terminar alguns raciocínios. Me deixo dispersar com frequência.

No entanto, apesar deste que vos escreve, acho que foi um papo informal e ao mesmo tempo dinâmico, muitos pareciam não conhecer algumas histórias que já repeti ao longo de mais de 30 anos.

Caso quem não acompanhou queira conferir, aqui está o link. 

https://www.youtube.com/watch?v=e7rn8HqruOg&t=5452s

Tentei baixar o vídeo mas meu navegador está me dando dor de cabeça, não consigo acessar o YouTube, infelizmente.

E vocês que me acompanham sempre, a minha profunda gratidão!



DIAS DE TRISTEZA 1

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 Se estivesse entre nós, Dona Francis, minha mãe, estaria completando hoje, 80 anos.

Desde fevereiro de 2021 a vida perdeu todas as cores. A ferida do meu coração (quase seca) dá lugar à uma feia cicatriz.

Não há muito o que dizer, senão que somada à essa tristeza, vivo ainda dias horrorosos onde não há onde recostar a cabeça. 

Mas deixo com vocês um versículo do livro de Jó.

 Fiquem todos com DEUS!

 Jó 19:25-27 ARC

Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, e os meus olhos, e não outros, o verão; e, por isso, o meu coração se consome dentro de mim.

DIAS DE TRISTEZA 2

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 Hoje, 28 de outubro, meu irmão Gil, se estivesse ainda lutando nesta arena de lágrimas, estaria completando 54 anos.

A SAUDADE é tanta que não consigo mensurar. Já usei essa metáfora mas não custa repetir: vejo a imagem de nossa pequena e complicada família como um modesto quebra-cabeças onde as peças mais importantes (aquelas centrais) se perderam, ficando um panorama incompleto, triste.

Difícil caminhar por esse mundão sem seu apoio, seu sorriso, suas palavras, sua sabedoria. Sem você e mamãe me sinto como um aleijado, sem sustentação, sem fôlego, sem horizonte. Hoje faço tudo no automático e quase nada me trás qualquer satisfação. Sigo, porém, caminhando descalço nesta estrada, onde no fim - espero - vocês dois estejam me aguardando.  

OBRIGADO, MEU DEUS, PELAS MEMÓRIAS!


FANART DE ZÉ GATÃO POR ADALBERTO ELIAZAR

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Zé Gatão se aposentou mas continua na mente daqueles fãs verdadeiros para os quais SIROCO foi concebido. Tanto assim que meu prezado Adalberto Eliasar fez a grande gentileza de me presentear com suas versões do felino casmurro.

 

É uma grande alegria para um autor ver sua criação pela pena de outros artistas, muitos já emprestaram seus talentos para me obsequiar, como pode ser visto em postagens de anos passados neste blog. Mais dois que entram para esta seleta lista.

Obrigado, caro Adalberto!

ESPERANÇAS VÃS

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 O horizonte nebuloso esboçando ventos de ira e dores do passado, quais penas de aves agourentas e fétidas, trazendo à memória momentos de dor e miséria.

Esperanças fugidias, inalcançáveischeias de solidão e tormento. 

Caminhamos juntos por uma estrada de abrolhos, mas separados por escolhas erradas.

Vamos a passos largos, sem tropeçar, com alguns mortos pelo caminho, tateando nas paredes invisíveis da vida, a saída deste labirinto.




O DESENHISTA SOLITÁRIO DE DEUS

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 Vamos começar com uma frase bem clichê: a pior solidão é aquela que sentimos rodeado por uma multidão. Experienciei isso desde que nasci. É como se alguém ao programar a minha vida tivesse esquecido de colocar na lista o "sentir-se bem adaptado às pessoas que o cercam ou ao meio em que vive"; eu tentei, tentei na tenra infância, na adolescência (um período cruel), tentei na vida adulta e tento agora na velhice fazer parte de um meio, agregar algo à sociedade que me circunvizinha sem o menor sucesso. Talvez falte alguma proteína no meu cérebro, ou enzima ou sei lá que nome se dê a isso, essa sensação de estar isolado de tudo e de todos mesmo com muita gente ao redor. E essa sensação de estar perdido no caos aumenta sobremaneira em momentos de violenta tensão (e eu tive a minha cota de terror e paranoia ao longo dos meus 60 anos, DEUS sabe!). No momento tudo está bem, mas o espectro do terror está sempre lá, atrás de um poste, misturado na multidão, parcialmente escondido numa negra nuvem de chuva, acenando, sussurrando: "vou te pegar quando você menos esperar!" E me mordo nessa expectativa. Me convenci, com o tempo, que me sinto assim, alijado de tudo, por não pertencer a esse planeta, não ser essa a minha pátria.

Ao longo da minha vida tive poucos amigos, digo, amigos verdadeiros com quem conseguia gastar mais de meia hora de conversa sem achar tedioso. Companheiros que gostavam de gibis, filmes, séries e livros. Parceiros que também curtiam Mad, Jack Davis, Will Eisner, Jack Kirby, Tarzan, Flash Gordon, Batman, Super Homem, Capitão América,  Hulk, Tintim, Spirit e Conan. Foram muito poucos e hoje não há QUASE nenhum. E não sei se pior ou melhor, deixou de ter importância. 

Outra coisa que me perturbou foi o relacionamento - sempre desastroso - com o sexo oposto. Nunca dei sorte nesse sentido mas na maior parte das vezes o culpado sempre era eu, reconheço. Se diziam que eu era amado, tinha que ouvir sempre, como se palavras legitimassem a emoção, nunca estava satisfeito, eu era insaciável, queria ser o número um, acima dos pais, dos filhos ou do que quer que fosse. Era infantil  demais, e me doava de corpo e alma em tudo, queria ser o amigo, irmão, pai e amante, como se assim - inconscientemente, que fique claro - eu pudesse comprar a alma da pessoa. Claro que num determinado momento isso sufoca, cansa e era sempre chutado.  Mas aprendi às duras penas, trancafiar essas loucuras no meu íntimo, tanto que me casei e mantenho preso esses animais dentro de mim, soltando-os apenas nos meus escritos, sejam quadrinhos, ilustrações pessoais ou contos.       

Tenho recebido mensagens de admiradores do meu trabalho dizendo o quanto gostaram de ZÉ GATÃO - SIROCO, o que me deixa muito feliz de verdade, e me pedem para não parar de publicar minhas HQs. Bem, não pretendo parar, enquanto houver quem me pague para fazer eu sigo nesta senda inglória, mais pelo prazer da criação (hoje quase inexistente, digo, o prazer) do que pelo retorno financeiro. 

Mas devo reiterar que projetos particulares, como Zé Gatão, não tenho nenhum. Sufoco na mente as ideias que aparecem para não cair na tentação de começar uma nova obra e ficar em cima dela por anos e depois me frustrar na hora de procurar uma editora e após isso, constatar que o material não vendeu bem.

ZÉ GATÃO se aposentou após Siroco, ele faz parte da família que eu tinha (meus pais, irmãos e filha) e onde eu sempre gostei de estar próximo. Com a partida de mamãe e Gil e o afastamento da Samanta, ele partiu também, mas......   ainda existem antigas HQs curtas inéditas, intimistas, guardadas em antigos envelopes que ainda podem vir a público, quem sabe? Se houver editor louco o suficiente como foram os que publicaram CRÔNICA DO TEMPO PEDIDO e MEMENTO MORI, para fazer acontecer, ok. Mas não vou me esforçar para que isso venha à luz.

Ainda labuto nos MITOS GREGOS, agora no último tomo que trata do nascimento dos deuses. RASTREADORES DE ALGURES, segunda parte, ganhando corpo, dez páginas do ZAMOR, para o amigo Franco de Rosa (parado, por hora) e o projeto em quadrinhos ligado ao filme de terror que tem o Lourenço Mutarelli como protagonista, em andamento. Como veem, tenho trabalhado febrilmente, mas sem conseguir grana para atender os inúmeros credores, não obstante, continuo insistindo.

Aos possíveis questionadores da minha vida cristã que poderiam me confrontar dizendo, "se o Espírito Santo vive em você, como pode afirmar que se sente sozinho? Não é hipocrisia de sua parte?" Eu respondo: já leram o antigo testamento? Em 1 Reis 19, vemos Elias isolado no deserto assim como outros profetas que não se sentiam incluídos no meio de Israel. E temos o novo testamento onde vemos João Batista solitário em áreas ermas. E o que dizer de Jesus, o Verbo Divino? Acham que Ele se sentia agregado a este mundo? Por fim concluo que se não fosse o Espírito de Deus em mim, eu com certeza não mais estaria neste mundo.

Abraços e fiquem com Deus!


 


 

 

SIROCO RESENHADO POR GIORGIO CAPPELLI.

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 BOA NOITE A TODOS!

ALGUNS GENTIS AMIGOS, ADMIRADORES E APOIADORES DO MEU TRABALHO ESCREVERAM BREVEMENTE DANDO SEU PARECER SOBRE SIROCO, A DERRADEIRA AVENTURA DE ZÉ GATÃO. 

INAUGURANDO ESSA (MINI) SÉRIE, O TALENTOSO ARTISTA GIORGIO CAPPELLI DIVIDE CONOSCO SUAS IMPRESSÕES (SEM SPOILERS).


"Levei alguns dias para terminar de ler as quase duzentas páginas de Siroco, quadrinho de Eduardo Schloesser, e as outras 36 de Pintura de Guerra, estreladas por seu personagem Zé Gatão. Na primeira aventura, o lince mestiço, musculoso e bom de briga une-se a um grupo de felinos, antropomórficos como ele (um leão, onças, panteras e um garoto felino), com a missão de fazer uma entrega a um poderoso hipopótamo, receber o pagamento e atravessar um deserto perigosíssimo. Não será empreitada fácil, porque militares e mercenários querem acabar com a raça dos mocinhos.  
 Simplesmente é a HQ mais violenta que já li em toda minha vida. Lobo? Ranxerox? Caça-Corpos? São boas referências de quadrinho violento, que não chegam perto de Siroco. Cabeças explodindo, sendo esmagadas, atravessadas a bala, a seta, membros voando e quebrando, tudo em detalhes que fariam Tanino Liberatore querer tirar uma selfie com o Eduardo. Diferente do czardiano surtado e do androide viciado em cola, o lince bombadão não apresenta uma personalidade dúbia. Ele sabe distinguir o bem do mal e segue um código de ética bem rigoroso.
Também somos poupados das “briguinhas dialogadas” vistas nas publicações de editoras famosas. Nas sequências de luta do Schloesser, não há espaço para conversa! Sempre quis ver isso num quadrinho nacional, e meu desejo foi atendido.
Nem só de porradaria, porém, se faz uma história do Zé Gatão (que aqui, estranhei, é um quase coadjuvante). Em mais de uma vez, nos deparamos com elucubrações melancólicas de um cavalo muito magro, trajando armadura, acompanhado de um burrinho em roupas de camponês. E eu duvido que o leitor não perceba a referência!
Conhecendo o Eduardo como conheço, há uma página cujo diálogo propositadamente cutuca com força a esquerda brasileira. Adorei!
Quanto à arte, o traço é inconfundível. O Schloesser já atingiu a maturidade como quadrinista, e agora basta lapidar o estilo.
Quanto à Pintura de Guerra, temos a HQ Right Here, Right Now, mais curta e em cores, uma entrevista com o Eduardo Schloesser é um conto escrito por Luca Fiúza, protagonizado pelo lince mestiço.
Temo, porém, que Siroco seja a aventura final do nosso querido Zé Gatão, conforme prometido. Portanto, leitor, corra atrás do seu exemplar impresso ou digital – se é que sobrou algum
 
GIORGIO CAPPELLI"

RESENHA DE SIROCO POR ADALBERTO ELIAZAR

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O pacote ZÉ GATÃO do Adalberto ainda veio com Phobos e Deimos!!!.



O boom que caiu sobre minha mesa! Sim, foi a sensação no ato do recebimento. Após a um ávido momento de aguarde, enfim chegou, e o índice de empolgação ao empunhar tão aguardada publicação, superou a outrora ansiedade da expectativa. Receber o pacote, conduzi-lo a sala, repousa-lo sobre a mesa e enfim abri-lo, foi uma apreciação fragorosa, tendo em mente que tal produto não se resume a mero artefato de entretenimento, mas, árduas horas de trabalho inquestionavelmente ardorosas adornadas com as mais diversas intempéries da vida. Vislumbrando então chocante arte , produzida com expressivo esmero e copioso talento, Zé Gatão Siroco, nos conduz a ardualidade de um cenário certamente presente em cada um de nós, algo calcinado e subjugante com um sem par de situações impossíveis de prover qualquer alento, desconforto sempre presente, situação outrora experimentada por tanto de nós, (senão por todos). Em meio a tantos desafios o felino Antropomorfo, feito de tinta, forjado na dor, emerge mais uma vez para a derradeira batalha, a única que importa, a batalha pela vida, com companheiros tão inquebráveis quanto a si mesmo, o felino reivindica seu direito à vida, preservando um caráter íntegro e moral auspiciosa, resignado vai ao amparo dos que lhe são correligionários. Uma história tão marcante quanto cativante, com personagens tão precisos e expressivos que nos faz temer e torcer por eles, com tantas ações e ocasiões regidos por mesquinhez, ganância e arrogância de rancorosos, nos expõe a um cenário visceral sem chances para escolhas restando assim apenas um curto espaço de tempo para reação imediata e ante a tudo isso a escumalha felina aventura-se por mais um dia, por mais um pedaço de pão, enfrentando toda sorte de ardil projetadas contra eles. Em suma, uma trilha de pedras que promove profunda diversão e fornece em que se pensar.
 
ADALBERTO ELIAZAR
 

FELIZ NATAL (2023)!!!

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 Sim, sim, eu sei,  estou  devendo uma nova postagem (algo mais pessoal) faz um tempo, mas creiam, tá meio difícil por causa do tempo. Sei que eu já abordei esse assunto aqui no blog, mas sinto que há algo errado com os ponteiros do relógio do cosmos, tudo soa mais veloz, parece que foi há poucos dias que tivemos aquela infeliz eleição e depois aquela merda que aconteceu no oito de janeiro.....quando paro pra pensar, bem, nem acredito (na passagem do tempo e do sucesso de um plano bem urdido) que voou tão rápido! 

Bueno, pode ser a idade que me torna mais lento, ainda às voltas com meus três projetos de quadrinhos, e os Mitos Gregos (que paga o grosso das contas) tarda e enquanto não é entregue, não há dinheiro e eu vivo sendo atropelado por essa roda viva. Tenho dormido duas ou três horas por noite para dar conta dessas obrigações, meus pés incham e os olhos lacrimejam, mas eu, qual guerreiro asceta, não dou o braço a torcer, tenho que cumprir as minhas obrigações como provedor dessa casa.

Creio que dá para entender por que tenho lido tão pouco e não sobra espaço para este blog, mas faço o que posso.

Ainda tenho um conto maturando em minha cachola e uns textos relativos ao Zé Gatão (sim, ele se aposentou, mas continua sendo assunto pautado aqui).

Contudo eu confesso que apesar de ter temas para explorar (mais reminiscências do passado, crônicas do cotidiano e etc) não tenho o mesmo gás de outrora, de antes de 2021, vocês sabem porque e eu não preciso repetir, meu mundo continua (e será, doravante) sem as cores das décadas passadas. Mas vou cavar um tempo para suprir  essas lacunas porque sei que existem os que gostam de ler as bobagens que escrevo.

Entretanto, o que me traz aqui hoje, apressadamente, para variar, é desejar aos que me acompanham há muito tempo (e, claro, aos novos leitores caso existam) um FELIZ NATAL! Ok, eu já expressei aqui meu desagrado em relação aos festejos de fim de ano, mas hoje quero deixar de ser  azedo.

Tinha mais para refletir a respeito do que essa data simboliza, mas não o farei, não sou digno e meu verbo não é suficiente para tanto, sabemos que o nascimento do Salvador mudou a face do mundo (vale para os que não creem, afinal eles também usam o calendário), trouxe Luz ao mundo de trevas e segue mudando e não vai parar até o retorno d´Ele em glória.

Que o aniversariante conceda a todos paz e boa confraternização neste dia.

Esse ano foi de desditas mas em meio ao caos coisas boas aconteceram, um balanço de tudo farei (ou tentarei) mais perto da virada do ano se eu estiver vivo.

Vamos nos falando.

Beijos a todos!




ADEUS, 2023!

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 Essa gripe que anda assolando meio mundo me pegou neste final de ano. Cacete! Como pode um ser vivo que só é visto através de uma lente poderosa fazer um estrago tão grande no organismo? Pra mim é a prova cabal que o diabo existe, sim, pois a doença não provém de Deus embora muitos doutores em bíblia afirme que o Criador castigue sua criação com pragas quando esta peca além do limite aceitável. Para mim, tal afirmação contradita o que Jesus disse em Matheus 7:9-11. Ah, mas alguém diria: Jesus falou aquilo em outra circunstância; pra mim não importa, DEUS é imutável, com Ele é sim, sim e não, não. Não há meio termo, a doença provém do diabo, que é ladrão e homicida (segundo o próprio Jesus) desde o início, ponto!

Além dos vírus e bactérias, outra comprovação da existência do adversário, são as maquinações, reflexões, filosofias diabólicas engendradas por tipos como Gyögy Lukács, Herbert Marcuse, Karl Marx e tutti quanti que com esses ideais anti cristãos vem destruindo milhões de pessoas através dos anos. Mas ok, meu objetivo aqui não é discorrer sobre um assunto que já provocou meu cancelamento (para o qual estou cagando montes) mas sim para fazer uma avaliação deste ano que vai morrendo (e já morre tarde).

Mas querem saber? Talvez eu esteja sendo rigoroso demais com o referido ano, afinal todos eles tem seus altos e baixos. Para mim, como muitos devem saber, após 2021, não haverá mais anos bons, o que posso ter será no mínimo menos ruins.

Além da misericórdia infinita do Todo Poderoso que me livra de me sufocar de vez em minhas angústias e dores pessoais, a ARTE (que ELE me deu, estou convencido) ajuda a atravessar esse vale de prantos. Senão, vejam, eu tenho pelo menos um álbum lançado a cada ano desde 2015 (Zé Gatão - Daqui Para a Eternidade). 2016 (Desenhando Anatomia - Cabeça e Tronco e Desenhando Anatomia - Movimento Figura masculina), sem contar que nesse mesmo ano a Criativo colocou na praça meu livro de Sketchbooks, que é um dos meus preferidos.

Em 2017 não publiquei nada digno de nota.

2018, tivemos A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE em parceria com o mestre R. F. Lucchetti.

2019, finalmente parte do público do nordeste conheceu O BICHO QUE CHEGOU À FEIRA, adaptação em quadrinhos do livro do Muniz Sodré roteirizado pelo Marcelo Lima e nesta obra eu dividi espaço com Alan Alex e Alex Genaro. Pouca gente tem conhecimento que essa HQ existe.

2020 finda com a chegada de PHOBOS e DEIMOS, depois de ficar por 15 anos na gaveta.

2021 foi o ano em que minha alegria foi sepultada. Ainda assim Desenhando Anatomia - Movimento Figura Feminina  e Desenhando Anatomia - Seres Fantásticos foram finalmente editados. Esses dois livros, em minha opinião, tiveram acabamentos e impressões muito inferiores aos outros dessa série.

2022 não tive livros publicados e nosso amigo felino, que chamávamos de Black Balls, se foi no mês de fevereiro.

Mas a análise é para ser do ano de 2023 e querem saber? Foi um ano duro, muito trabalho e pouca grana, pra variar, mas esse ano foi particularmente difícil, cartões cancelados, cobranças por telefone e email diariamente e aquelas velhas tormentas dentro de casa que viraram uma constante e só não desisti de tudo (pondo um fim à existência) porque Deus não abdica de mim. Ele sempre injetou um ânimo extra e eu prossigo. E como a arte desempenha um papel crucial no meu viver, ZÉ GATÃO - SIROCO e PINTURA DE GUERRA enfim chegaram aos fãs e é o melhor - talvez o único - acontecimento digno de nota.    

Um outro fato que merece registro é que voltei a frequentar uma igreja, mas não pontuo como caso extraordinário porque Jesus sempre caminhou comigo e eu com Ele, embora na concepção de muitos, um desigrejado é um desviado, eu não penso assim, mas sei, é controverso.

Dito isso tudo, embora ainda reste um dia para a conclusão deste ciclo, posso dizer que sobrevivi a ele e Siroco não deixou passar em branco, contudo devo afirmar que minha memória para coisas recentes está péssima.

FELIZ PASSAGEM DE ANO A TODOS VOCÊS, e que possamos nos encontrar aqui eventualmente em 2024.

FELICIDADES!


O BEIJO NA LONA

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 Queridas e queridos, boa noite!

Nada novo no front pra dizer a verdade. A tal gripe que peguei - comentei sobre ela, né? - eu a expulsei em Nome de Jesus (sim, eu acredito em cura divina movida pela fé) mas hoje, no período da tarde comecei a sentir um mal estar geral, pode ter sido culpa do sol escaldante, furibundo, que me assou os miolos na parte da manhã; saí para umas pequenas compras e um dos itens não havia no mercado perto de casa, tive que ir em um mais distante, fazia um calor insuportável e meu corpo parecia pesar uma tonelada, muito para umas pernas de 61 anos debaixo de um astro rei despótico e inclemente. Se conheço bem o meu organismo deve ser a minha pressão arterial lá nas alturas e o meu remédio, que é caro pra caralho, acabou e não há grana para comprar uma nova caixa, mais uma vez apelo para a misericórdia do Todo Poderoso para não ter um AVC. A morte não me incomoda, mas ficar torto numa cama.....bem, nem quero pensar.

Mudemos de assunto, hoje venho falar sobre uma capa de livro que produzi o ano passado para o Lúcio Humberto Saretta, um talentoso escritor que acabou virando um amigo. Eu já havia criado uma arte para ele no passado (pode ser visto aqui caso alguém esteja interessado: https://eduardoschloesser.blogspot.com/2017/06/o-louco-no-espelho.html).

Uma das crônicas, segundo ele, dessa vez, tinha a ver com boxe (esporte que muito me interessou nos anos 70 e 80). Ele me passou o que tinha em mente e eu comecei os esboços. Dessa vez foi menos complicado que o anterior.

O livro saiu e ele me pareceu feliz como um garoto que ganha um doce (sei como é quando uma nova publicação chega ao público).

Abaixo, as etapas do processo. 

Primeiro sketch baseado nos devaneios do autor. 

  
O Lúcio queria o perdedor um pouco mais caricato e eu fiz um novo esboço. Ele curtiu tanto que preferiu o nocauteado sem cores para destacar melhor.

Nesse ponto parece que o editor sugeriu tirar o sangue e a marca do beijo para a cena não parecer tão violenta.

Acertado todos os pormenores finalizei a capa e enviei.

A capa do livro como está sendo vendido nas livrarias. Confesso que eu imaginei umas letras garrafais na parte preta da arte, algo que chamasse mais a atenção do espectador, mas não sou o diretor de arte desse projeto.

 

O Lúcio é ótimo escritor, interessados podem procurar por este tomo nas melhores livrarias, é só digitar no Google.

Fiquem com Deus e até nosso próximo encontro!



MAIS UNS BREVES COMENTÁRIOS SOBRE ZÉ GATÃO-SIROCO

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 Chegou ZÉ GATÃO-SIROCO de Eduardo Schloesser, publicado pela Atomic, do amigo Marcos Freitas. Um álbum fantástico repleto de aventuras e muita violência.  Unido a um grupo de felinos a serviço de gangsters, o nosso lince mestiço será submetido às agruras do deserto e mercenários contratados para eliminá-lo. Um interessante thriller de ação ininterrupta. Acompanha o pacote PINTURA DE GUERRA uma edição com hqs produzidas no passado e fruto das experiências gráficas do autor. Parabéns pelo trabalho!

Adalberto Bernardino. 

 Finalmente após um longo período de espera e com o compromisso do amigo Marcos Freitas, eis que chegou por aqui o especial ZÉ GATÃO-SIROCO!!!! Uma edição linda com o personagem Zé Gatão do amigo Eduardo Schloesser! Em formato magazine e com tiragem limitadíssima, esta bela revista traz a última aventura do personagem Zé Gatão, recheada de muita aventura e ação! Capa cartão e miolo em preto e branco, ainda acompanha a revista 6 cards com o Zé Gatão, uma marca páginas gigante e folha com o nome dos apoiadores! Parabenizo aos editores e ao Schloesser pela publicação!

André Carim. 

 Criado por Eduardo Schloesser, Zé Gatão é um felino antropomórfico que não leva desaforo pra casa e não teme nada nem ninguém, partindo mandíbulas com a facilidade de quem quebra um amendoim, algo imprescindível no mundo barra-pesada no qual ele vive! As influências do norte-americano Richard Corben e do italiano Tanino Liberatore são gritantes no traço pontilhado/hachurado e cores explosivas (feitas com lápis de cor, hidrocor e aquarela) de Schloesser. Impróprias para menores e pessoas delicadas, essas duas edições da Atomic Editora trazem muito sangue e violência, retratados com riqueza de detalhes pelo autor

Rom Freire

 Já recebi o meu há algumas semanas, infelizmente estou sem câmera, então não deu para postar. A arte e o roteiro são sempre incríveis, e o fechamento da saga foi cumprido. Fica o sentimento de quem acompanha as histórias do Zé Gatão, que poderia ter mais, mas infelizmente é compreensível nesses tempos difíceis. Porém, pontuo aqui, na minha opinião, que a saga do Zé Gatão é um dos melhores quadrinhos nacionais. Não só pela arte, mas todo o conceito da trama e cenas cinematográficas. Recomendadíssimo.

 
Fabio J. Leite 
 

 

OS ÔNUS DA VELHICE

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 Há uma pedra dentro do meu sapato e o meus sapatos são daqueles de tortura medieval, não me é permitido descalçá-los, só Deus pode fazer isso. Existe uma coceira onde meus membros superiores não alcançam, tipo o espinho na carne do apóstolo Paulo, então só me resta suportar a agonia com paciência.

Financeiramente falando eu amargo há quase dois anos graves momentos de privações e tudo se agravou quando um dos projetos em que eu trabalhava foi cancelo de chofre. Labutando há pouco mais de quatro anos quase com os mesmos valores e tentando manter o padrão de vida, sendo cobrado diuturnamente de todos os lados, incompreendido até (na verdade principalmente) pelos mais próximos, um sonho secreto impossível de realizar, as ausências e os ônus da velhice....sim, fica quase impossível não sentar e dizer: basta! não consigo dar mais nenhum passo, acaba aqui!

Eu ouvia há poucos dias atrás o pastor da igreja que frequento atualmente falando de muitos irmãos que pedem que Deus os leve, estes, segundo ele, perderam a fé, os objetivos e não deveria ser assim. Bem, eu ainda tenho algumas metas, uma delas é terminar os projetos em que venho colocando minha alma neles. São quadrinhos difíceis em que a idade me tornando mais lento tornam mais torturantes. Arte não é prazer, é dor, é tormento, só assim ela transmite algo genuíno capaz de alcançar o âmago do espectador (que fique claro que esse é um pensamento meu); criar arte seria como a mulher que gesta um ser dentro dela, não vejo deleite, noto enjoos, deformação da silhueta, depressão em muitos casos e por fim dores de parto, mas a alegria de ter o filho nos braços compensa todo o sofrimento da viagem. Assim é a obra para o artista quando finalizada. As concepções em que vou dando vida tem me exaurido, são coisas bem distintas uma da outra, tanto em técnica quanto em argumento, cada uma pede uma visão diferente e eu não vejo a hora de acabar. Foi assim com Zé Gatão, Poe e outros, repito: fazer quadrinhos, para mim, é ato masoquista!

O outro desígnio seria abdicar de tudo, me desvincular do que me mantém preso à carnalidade e fazer a obra missionária para Deus, pescar almas para Cristo. Só assim eu cumpriria o propósito de Senhor para o homem (como eu entendo, claro). Mas tenho aqueles que dependem de mim, então é um intento um pouco mais difícil de levar a cabo. O Todo Poderoso sabe tudo e eu não sei o que digo.

Essas ideia eu matutava hoje e quis dividir com vocês. 

Ah, os desenhos são detalhes de uma das HQs em que venho tentando dar vida, penso nela como um filme com animações em Stop Motion.

Fiquem com DEUS! 





 

 

SIROCO RESENHADO POR DANIEL LÚCIO

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Zé Gatão é um personagem que conheci nos anos 90 numa das minhas inúmeras peregrinações à cidade de São Paulo, e pelo que sei, praticamente na mesma data de sua estreia comercial.  Vejo o personagem como um produto daqueles dias, apesar de que quase tudo tenha mudado na sociedade e costumes (não necessariamente para melhor) ao longo desses anos, os temas abordados continuam espantosamente atuais.

Como falar de Siroco sem compará-lo as obras anteriores do Eduardo? Traçando uma ponte entre os extremos, Siroco e Cidade do Medo, dá para notar uma evolução enorme no conjunto da obra do Eduardo nesses mais de 25 anos.

Siroco entrega tudo que Zé Gatão sempre representou, mas melhor e mais bem amarrado, mais conciso, claramente é um espelho do amadurecimento do autor.

Os personagens são cativantes, algo que sinto falta até mesmo nas grandes obras cinemáticas atuais, é possível sentir a ojeriza que o autor tentou passar ao criar por exemplo a gangue dos urubus, com suas feições repugnantes e cheiro fétido. O clima tenso e opressor ao adentrar na nave infestada por seres aracnídeos.

Como não vibrar com o destino do rato puxa-saco que servia ao hipopótamo emissário dos figurões? O hipopótamo é uma referência explicita da nossa sociedade real dominada por oligarquias que nunca dão as caras e conseguem tudo o que querem através do dinheiro e manipulação.

Apesar das críticas implícitas e explicitas, Zé Gatão não é uma obra progressista, o autor deixa claro num breve diálogo durante a história as incoerências dessa vertente política, convenhamos, posicionamento raro de se ver principalmente no meio artístico, certamente praticado por alguém que não teme, ou não se importa mais com o cancelamento automático que comumente se segue, talvez por já sofrer com ele.

Siroco segue a tradição dos trabalhos anteriores e nos entrega uma deliciosa brutalidade sem pudores, diria até que acima dos demais, como sempre é uma violência justificada no contexto da história. Muito embora as cenas de sexo dessa vez inexistam, temos agora uma abordagem muito mais sutil e romântica, confesso que gostei, são aquelas pequenas doses de esperança e suavidade para contrabalancear o mundo duro e mortal de Siroco.

Aliás, quem conhece o Eduardo, mesmo que virtualmente como eu, sabe que ele é um cara temente a Deus, extremamente educado, contido e culto, quando leio Zé Gatão não posso deixar de ter um sorriso no canto da boca imaginando o contraste entre autor e obra, não tenho dúvidas que Zé Gatão é também uma forma de extravasar aquela “boca do lixo” que todos nós, independente da classe social, temos internamente.

Não sei se as pequenas mudanças introduzidas em Siroco foram propositais, acredito que sim, acredito que o Eduardo quis que as impressões deixadas sejam as derradeiras, afinal, tudo leva a crer que Siroco é uma HQ que encerra o ciclo de narrativas conexas do Zé Gatão, para minha tristeza. Sempre resta a esperança de ainda sermos agraciados com histórias solo e/ou qualquer rascunho que o Eduardo certamente tem sepultado em suas gavetas.

Pintura de Guerra é um material adicional opcional que entrega muito pelo que foi cobrado. Não costumo ser apreciador de HQs coloridas, elas remetem a minha infância onde devorava álbuns, gibis e cartilhas como os do Mortadelo e Salaminho, Brasinha, Mônica, Daniel Azulay, Ely Barbosa, entre tantos outros, todos coloridos, acabo involuntariamente associando o colorido a HQs infantis, mas em Pintura de Guerra as cores funcionam maravilhosamente bem, o Eduardo é um mestre da experimentação e parece ter usado técnicas não tão convencionais que deixa tudo perfeitamente harmonizado, são duas histórias coloridas dos primórdios do Zé Gatão, Pintura de Guerra é um primor visual, vários quadros dariam facilmente um poster, embora sofra de problemas citados pelo autor na introdução, Right Here Right Now (entrego a idade se disser que esse nome me faz lembrar do popular telejornal? Aliás pensando bem, dado o enredo, acho que caiu uma ficha aqui hem?) apesar de curta e despretensiosa, tem um final inesperado e admito ter gostado demais.  Como bônus temos um conto e uma entrevista com o Eduardo. Pintura de Guerra em resumo é uma pequena pérola.

Minha consideração final é que Siroco é aquela obra que deve estar na estante de qualquer pessoa que realmente goste de bons quadrinhos, não só os fãs do Zé Gatão, um trabalho atemporal, claramente o apogeu artístico do Eduardo, um cara que não canso de admirar, principalmente porque ele é um autor que entrega um tipo de obra que tanto sinto falta no mundo atual.

TRÊS ANOS DE SAUDADES

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 Eu pensei em não tocar mais neste assunto, guardar pra mim em definitivo, talvez eu faça isso ano que vem, se ano que vem eu ainda estiver por aqui. A dor  é a mesma, pois ferida da alma, diferente do corpo, não cicatriza da mesma forma. Três anos que o Senhor a levou.

Não vou generalizar dizendo que este universo é um lugar vil e inclemente - parece não ser para todos - vou falar apenas por mim, dizer que meu mundo é um vasto deserto que percorro há 61 anos sem uma bússola, onde sempre me vejo encontrando o mesmo ponto de partida, é certo que por vezes eu encontro um oásis mas ele é sempre tão fugaz que nunca discirno se é uma miragem ou não. Tudo parece ser dor, solidão e cansaço.

Estou tentando reclamar menos e agradecer mais. Entender que o cristianismo não é alegria, prosperidade e bem aventurança material, mas suportar com paciência as cargas que nos são impostas, sejam pelas circunstâncias ou mesmo pelas pessoas e ajudar o semelhante a carregar seus fardos. Estou empenhado, mas quase sempre eu falho miseravelmente. 

Então eu lembro que apesar dos muitos queixumes e lágrimas, Francis nunca desistiu e manteve a fé até o fim, sendo ela mesma, sem máscaras.

Há mais para falar/escrever mas sei que é exaustivo para quem ouve/lê, por isto concluo sempre declarando meu amor e saudades eternas por você, Francis, minha genitora, meu único e verdadeiro amor.

A DOLOROSA IMINÊNCIA DE UMA NOVA PERDA

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28/02, Quarta-feira 23:15h - Ansioso, triste, solitário e vazio. Não sei exatamente como me expressar. No momento estou sem Whatsapp. Nesta tarde eu recebi um recado do Rodrigo, meu irmão caçula, via Messenger: "Eduardo, preciso falar contigo, é urgente." Logo fiquei preocupado, ele havia cancelado seu Facebook há uns bons anos, para resgatar sua conta, alguma coisa ruim havia acontecido. Dito e feito, nosso irmão André, o médico, sofrera um AVC ontem de madrugada. O caso é grave, ele se encontra em coma induzido. Vocês, meus amados e amadas podem imaginar como estou me sentindo. Sou o mais velho de quatro irmãos, sempre nutri por eles amor incondicional, sempre foram, são e serão os meus melhores amigos. O Gil foi guardado por Deus em 2021, como muitos sabem, deixando uma lacuna na minha alma que jamais será preenchida, agora me vejo ante o pesadelo de perder nosso querido Dé.

Sinto ainda o choque, já chorei convulsivamente esta tarde, e no momento só sinto vacuidade no meu ser.

De todos os meus irmãos, o André era o que mais se identificava comigo em termos de gosto por coisas como livros, músicas e quadrinhos. Gil e Rodrigo também, claro, mas não como o André. Em termos de som ele tinha predileção por metal e hard rock, enquanto eu sempre fui mais pop, com inclinação para o blues e principalmente o erudito. Ele consumia Neil Gaiman e Alan Moore com muito entusiasmo enquanto eu preferia o europeu e o alternativo. Eu era Poe e Lovecraft, ele, Stephen King. Eu, os clássicos brasileiros e russos e ele Tolkien e SiFi. Eu o ensinei amar o Queen e ele me ensinou a amar Scorpions. No cinema, entretanto, gostávamos basicamente das mesmas coisas. Acho que não teve um único clássico dos anos 80 que não tivéssemos assistido juntos uma dezena de vezes. Comprávamos tantos VHSs, gibis, vinis e livros em sebos e ponta de estoque que quase viramos acumuladores, nem tudo conseguíamos ler ou assistir. Tínhamos/temos um único Deus e um único Mestre e Senhor, a saber, Jesus Cristo. Então vieram as esposas, as responsabilidades, eu envelheci, ele engordou e nos afastamos um pouco, nos falando periodicamente. Quase mensalmente ele me enviava ajuda financeira, fosse pra pagar uma conta de água, luz ou internet. Ele sempre foi paternalista e vivia me dando conselhos para eu procurar alternativas, pensava num modo de eu ganhar dinheiro com minha arte ao invés de deixar os outros fazerem grana com ela. Há tanto a dizer sobre ele......escrever essas coisas ajudam a diminuir um pouco a dor de pensar que posso não vê-lo mais.

Mas falo dele como no passado, ele ainda está vivo. Não obstante, quem vos escreve é um velho de 61 anos que sempre teve quase nada de respeito e atenção por parte do mundo, perder quem lhe propicia  essas coisas é algo a se temer...e eu perdi mãe, filha e um amado irmão, seria muito cruel perder outro. Estou orando para que Deus o restabeleça sem sequelas. Mas confesso que tenho muito medo. 

Espero voltar aqui com boas notícias.

Fiquem todos bem.



UM NOVO ZÉ GATÃO EM 2025?

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 Enquanto meu irmão André agoniza em uma UTI num hospital em São Paulo, sou obrigado a dar continuidade à minha vida, lutar pelo pão cotidiano. Notícias frescas sobre ele, creio, só teremos quando finalizarem o coma induzido, só sabemos que o caso é gravíssimo e requer, além do máximo que os médicos puderem fazer, muitas orações.

Enquanto isso, anuncio aqui um novo ZÉ GATÃO para 2025. Mas não se deixem enganar pelo título, o novo não tem nada de novo, será um OMNIBUS compilando tudo o que já foi publicado até o momento (da Cidade do Medo ao Siroco), o que totaliza mais de 800 páginas. Será lançado pela Editora Universo Fantástico. A editora planeja uma edição de luxo em capa dura, formato grande. O que teremos de novidade é que todas as HQs curtas (inéditas) que criei para mim mesmo e que estão guardadas em envelopes - que nem sei exatamente onde estão - serão publicados também, além de um belo volume de pinups e sketches do Felino, o que fará com que o tarugo ultrapasse as mil páginas. 

Porque a epígrafe dessa postagem tem um ponto de interrogação? Não sei, o tempo e as circunstâncias sempre adversas me tornaram bastante incrédulo, então, enquanto o grosso e pesado volume não chega às minhas mãos, não abro o champanhe. Muita coisa pode acontecer até 2025, num país em que absurdos são tratados como se fossem coisas normais, mas vou tentar ser otimista. O editor garantiu que é líquido e certo, então, vou dar uma chance aos sonhos.

Normalmente só anuncio um novo projeto quando ele já está em gráfica, mas o chefe da Universo Fantástico acha legal criar expectativas com bastante antecedência.

Se fico feliz? Claro, muito! Mas é uma alegria bastante reduzida e creio que vocês sabem o motivo.

Evidentemente falaremos bastante disso aqui até que esteja pronto, mas tudo a seu tempo.

Fiquem todos com Deus!


A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE COMENTADO PELO ESCRITOR E POETA BARATA CICHETTO

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 O livro que tive o prazer de trabalhar ao lado do ficcionista Rubens Francisco Lucchetti intitulado A VIDA E OS AMORES DE EDGAR ALLAN POE, poderia, segundo muitos, ser melhor divulgado, comentado e badalado pela chamada mídia dos quadrinhos (sim, ela existe na forma de sites, blogs e canais do YouTube e tutti quanti), mas não foi assim que aconteceu. Onde travou? Teria a editora sido tímida ao propagandear a obra? Seria o leitor médio de HQs burro e/ou preconceituoso? Não sei, quem me acompanha há muito tempo sabe que já discorri sobre esse assunto aqui no blog exaustivamente e me nego a fazê-lo de novo, mas é realmente curioso que esse tomo tenha sido ignorado até hoje. Sim, alguns youtubers fizeram sua parte como o do canal Milhas e Milhas e mais uns outros (comentei e deixei links deles aqui neste espaço), mas são canais pequenos, nichados demais.  

Confesso - estou sendo repetitivo - que julguei que A Vida e os Amores faria um alto barulho, não por minha arte, mas por causa do roteirista, que tem muitos fãs e, principalmente pelo biografado que é cultuado mundialmente.....bem, nesse ponto, devo dizer que talvez no Brasil EAP não seja tão reverenciado assim.

Contudo, há muito tempo, depois de ser cancelado por ser eu mesmo, pela mídia dos quadrinhos, deixei de me importar com a quantidade e me focar na qualidade dos que gostam do meu trabalho. E isso fica muito evidente nesta resenha que o escritor e poeta Barata Cichetto fez sobre essa graphic novel. 

Não comentarei sobre ela, leiam vocês mesmos e tirem suas conclusões, comentem lá, digam o que acham, o livro ainda está a venda por um valor até baixo pela qualidade gráfica que oferece.

O link é esse:  /https://agulha.xyz/a-vida-e-os-amores-de-edgar-allan-poe-a-gata-o-escritor-e-o-homem-que-desenha-palavras/

E, lógico, deixo registrado minha gratidão ao Cichetto pelo carinho, respeito e admiração! Deus te abençoe brother!

Lizzy, a felina que é dona do poeta, prestigiando a biografia do Poe.

 

UMA GRATA SURPRESA E UMA PEQUENA DECEPÇÃO

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 Boa noite a todos!

Antes de entrar no assunto, uma satisfação aos que sentem simpatia por minha arte e pessoa, esses que torcem e oram por mim: meu irmão André continua em coma induzido, o quadro é demasiado sério e preocupante, entretanto, segundo o que a esposa dele relatou ao Rodrigo, meu irmão caçula, uma tomografia da cabeça dele revelou algo que deixou os médicos otimistas. Entretanto, não entendo bem a linguagem médica e vou evitar os achismos. É continuar orando e esperando com fé, o Senhor está agindo. Espero vir aqui em breve com boas novas.

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Sempre me considerei um leitor voraz, cheguei a ler uns três livros de bom volume de páginas por semana, foi nesse período que li os grande clássicos da literatura (Shakespeare, Divina Comédia, Ilíada, Camões, Dostoiévski, Machado, Lima Barreto, José de Alencar, Eça, Don Quixote e etc e etc). Mas isso, claro, numa época em que eu não tinha tantas responsabilidades e gozava de um tempo maior.....na verdade, responsabilidade grande nunca me faltou, difícil lembrar de um tempo em que eu não estivesse executando algum trabalho, na maioria das vezes para meu pai, mas é diferente quando você se casa, é o único provedor da família e tem que matar um T-Rex por dia. Ainda cheguei a ler bastante em coletivos quando ia com mais frequência aos grandes centros ou esperava por atendimento em algum consultório médico. Hoje em dia não consigo mais a antiga concentração para mergulhar nas letras se não estiver sozinho e totalmente alheio aos dramas da vida real. Pra ler algo, mesmo um gibi do Conan, eu levo um tempo considerável e eu me aborreço com leituras picadas, mas não tem outro jeito, se quiser fugir um pouco da minha realidade cotidiana e me inserir na cabeça de outra pessoa, tenho que me contentar com três, cinco páginas diárias, com sorte, um capítulo, se ele não for muito longo. 

Foi assim que concluí minhas duas últimas leituras as quais considerarei aqui pois valem a pena falar sobre elas.

 

Solomon Kane, de Robert E. Howard. Gostei muito das histórias desse tomo, bem escritas pra cacete, embora eu sinta que era um período em que o autor estava amadurecendo seu estilo (lembrando que essas foram antes do seu personagem mais famoso florescer para o mundo). As narrativas são de aventura quase sempre mescladas com terror e muita, mas muita violência mesmo! Nota-se que a pena de Howard não tem a mesma verve, podemos dizer assim, de um Tolstói, mas possui uma vitalidade de quem vive com paixão as sagas que escreve, senti isso nos três volumes do Conan e Bran Mak Morn, mas Kane tem um charme especial que de alguma forma provocou imediata identificação em mim. Mais uma vez o trágico escritor dos pulps não me deixou na mão. Ponto pra ele.

 

 Agora falemos sobre outra obra famosa, que tem toda uma história por trás, O Livro da Selva, do genial Havey Kurtzman. Estava ansioso pra ler pois sempre ouvi falar que era revolucionário. O que conhecia deste autor foi o que ele produziu para a EC Comics e, é lógico, suas lendárias criações para a MAD em seus primórdios. Mas em mim, o que ele colocou neste livro, não pegou na veia. Muito bem desenhado em seu conhecido traço humorístico/caricato mas não achei engraçado, uma ou outra cena, talvez, eu tenha dado em meio sorriso. Claro que entendi a intenção do autor, que é brilhante em fazer as onomatopeias como parte indissolúvel do quadro, as notas das canções de jazz imiscuídas na narrativa, suas figuras femininas que só ele sabia idealizar, as sátiras aos costumes da época, mas no cômputo geral não me empolgou. Talvez se eu tivesse lido na adolescência, ou melhor ainda, nos anos 50, data em que a obra foi concebida, minha impressão fosse outra. Kutzman era um gênio, muito acima dos seus pares, é inegável, mas sua obra mais louvada pelos experts, tipo Gilbert Shelton e Art Spielgman, sem contar os "especialistas" brasileiros de plantão, me desapontou.  

Fiquem todos bem e até a próxima.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

RESENHA DE ZÉ GATÃO - SIROCO POR CLAUDIO ELLOVITCH

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 O cineasta Claudio Ellovitch, com quem tenho a honra de trabalhar atualmente (num projeto que, por culpa minha, está bastante atrasado) tem uma grande bagagem como leitor de HQs, é de grande discernimento e muito, muito sincero. Siroco não é o álbum preferido dele, mas mesmo assim ele fez um comentário sobre que merece registro e eu só tenho a agradecer as palavras.

"Siroco é uma obra singular, de um artista singular. Debaixo do verniz de uma história de ação e ficção científica, quase dá para ouvir Eduardo Schloesser gritar, um grito que mistura indignação com frustração e emoções represadas. A violência é o grito. A arte é muito autoral e, mesmo que dê para sentir algumas referências propositais do autor, é única e inimitável. E, como sempre, os ângulos, os enquadramentos e as composições são o grande forte do Eduardo. É mais um capítulo imperdível na saga do personagem Zé Gatão!"





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