Meu desejo mesmo era sentar aqui diariamente e escrever um pouco acerca do cotidiano, das coisas que observo e me incomodam, ou, claro, das coisas que me alegram - que são tão poucas - como nos primórdios deste blog. No princípio isto pareceu uma espécie de diário; tomei gosto pela coisa, até que começou a me faltar oxigênio (leia-se tempo). Mas creio que consigo parar aqui umas duas vezes na semana nem que seja para deixar um desenho para vocês, pois uma das poucas coisas que me alegram como me referi acima, é o retorno das pessoas que curtem minhas pobre artes. Ontem, na Editora Construir dois artistas jovens pareceram entusiasmados com meus traços, principalmente os rabiscos no meu sketchbook. Receber pelo trabalho é muito bom, mas dinheiro é algo que vem e vai, agora, o elogio sincero, o entusiasmo em cima de um desenho é algo que guardo comigo, e a única forma que tenho de agradecer é não parar, é permanecer caminhando nesta estrada por mais acidentada que ela possa ser. Como as palavras que vocês deixam aqui, sou muito grato por cada uma delas.
A ilustra de hoje faz parte do livro Lendas Do Sul.
Tenham todos um bom fim de semana.
PS - Hoje pela manhã, uma artista batalhador e amigo deixou um recadinho na minha página no Facebook, após ver um detalhe de uma página da biografia do Edgar Allan Poe, a qual reproduzo abaixo.
Sandro Marcelo Farias Eduardo Schloesser, meu velho, não me canso de admirar esse seu trabalho impecável não só da arte em si mas também da pesquisa para a reprodução da época! Simplesmente sensacional! Você deveria estar no topo da lista de autores brasileiros com as obras mais vendidas! Esse Brasil é muito injusto com os verdadeiros artistas!
Eduardo Schloesser Sandro, obrigado por suas palavras. Coloquemos desta forma, quantos leem quadrinhos neste país? Subtraiamos os analfabetos (pois muitos só veem as figuras) , tiremos os que lutam muito e não podem gastar com supérfluos. Sobra o quê? Os que só leem super-heróis, os que só consomem mangás, os que só dão valor às tiras por achar que elas tem algum conteúdo ideológico e tem aqueles que por tradição só consomem os produtos do Maurício de Souza, os que restam, em sua maioria, são os puxa-sacos (de estrelinhas), os preconceituosos (que não curtem material nacional) e os idiotas. Fica mesmo difícil alguém aguentar o tipo de trabalho que eu faço. Abração, meu amigo, e sucesso nas suas empreitadas.