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Channel: A ARTE DE EDUARDO SCHLOESSER
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EISNER/MILLER

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Vamos pra mais uma postagem relâmpago? Simbora.


Não sei se comentei aqui que ganhei da Editora Criativo (esta que publica meus álbuns de anatomia) o livro Eisner/Miller. Trata-se de um bate papo entre dois grandes autores das histórias em quadrinhos, que mudaram, cada qual no seu tempo, o modo como vemos esta forma de arte. Algo bem ao estilo de um outro livro famoso com dois grandes cineastas: Hitchcock/Truffaut.

Eu queria ter tirado uma foto com o tomo - na verdade, escondido atrás dele - mas me esqueci e a postagem já tava atrasada, então capturei essas imagens do Google.

O livro é delicioso de ler. Quem conhece um pouco dos meandros da criação de uma hq vai se sentir confortável, como se estivesse mesmo assistindo um debate entre dois mestres. Por isso acho que é altamente recomendável para os que trabalham na área, aos demais, serve como curiosidade apenas. No livro é abordado um pouco de tudo, a história dos comics desde seu início (mas por alto apenas), o formato, balões de fala, modo de impressão, cores, editores, a indústria, convenções e muito mais. Ambos são loquazes em muitos momentos. Não faltam comentários (alguns ácidos) sobre outros artistas.

Eisner sempre foi um modelo para mim, seu estilo de arte, seu modo de contar histórias, me impressionaram desde que li uma aventura do Spirit (seu mítico personagem) e me fizeram ter a audácia de colocar as minhas ideias no papel e não parar mais. Se você ainda não conhece suas graphic novels, pare de ler este texto e corra à livraria mais próxima e compre-as, recomendo Ao Coração Da Tempestade, A Força Da Vida e Um Contrato Com Deus.

Miller foi aquele cara que reformulou o Batman com o Cavaleiro Das Trevas, dando ao personagem uma faceta bem mais sombria e violenta. Foi dele que li uma das melhores histórias do Demolidor, isto sem falar na sua série mais pessoal, o policial noir Sin City. Suas hqs viraram filmes de sucesso, como 300 e a já citada Sin City.
Não posso dizer que sou um fan do desenho de Frank Miller, mas sem dúvida ele tem um estilo marcante e sabe contar histórias com diálogos de impacto.


Como profissional da área - se é que posso me achar assim - ao ler o livro, me pergunto como os quadrinhos sobreviveram até hoje, e alimentam, como se suas tetas estivessem sempre cheias, toda a cultura pop (pelo menos 90%, eu diria). Os entraves, segundo Will, eram grandes desde o início e permanecem até hoje conforme relata Frank. Ainda é visto como subcultura. Claro que mudou muito, mas a literatura, a fotografia e o cinema já garantiram seu status de arte legítima, enquanto as hqs ainda gozam de preconceito. Ainda é vista como coisa de criança ou de adulto que nunca cresceu.

Bem, essa discussão não é nova e rende muito. Vou parar por aqui, ainda tenho trabalho a fazer, mas finalizo com as seguintes conclusões após o término da leitura: é muito legal fazer quadrinhos e também é muito bom ser amigo dos editores, a gente recebe bons livros de presente, hehehe.

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