Minhas mãos doem hoje. Sim, as duas. A esquerda doi por conta de uma lesão sofrida o ano passado, foi uma idiotice que eu fiz e hoje não aguento mais segurar nada com firmeza sem sentir uma fisgada intolerável próximo ao polegar. Já fui no médico, já tomei antiinflamatórios, já fiz compressas com água gelada e quente e nada deu resultado, uma hora a dor passa, ou não. Fazer o quê? A direita dói porque ontem consegui fazer uma página inteira da biografia do Poe, normalmente levo dois dias para uma página, um dia para diagramar, fazer esboços, acertar os desenhos e detalhes e um outro para finalizar a página, que são os efeitos claro-escuro, mas ontem me empolguei e terminei a folha antes do anoitecer, resultado: mão cansada e as pontas do indicador e polegar sensíveis. Ossos do ofício.
Normalmente é pela manhã que tenho um melhor rendimento, gosto de aproveita-la para dar todo o meu gás pois nunca sei o que o dia vai me trazer, embora eu viva de rotina, mas gosto de garantir que um desenho, qualquer que seja ele, fique pronto, embora eu não saiba exatamente porque. Quando é um trabalho que vão me pagar por ele, aí justifica, mas quando dou vazão à minha criatividade e ponho no papel, a pergunta que fica é: porque o faço? Quem liga? Recebo um ou dois elogios de umas pessoas gentis e depois eles ficam esquecidos em envelopes. Penso que é porque eu não saiba fazer outra coisa e não goste de parecer um parasita, acima de tudo gosto do que faço, se um dia não pudesse desenhar mais, por algum motivo, creio que abreviaria a minha morte. Me ocorre agora um pensamento nerd, li certa vez uma hq do Wolverine e do Destrutor; o poder mutante do Destrutor é gerar energia, tipo, dá pra acender um cigarro na palma da mão, mas fora isso ele não sabia para que este poder servia. O mesmo se dá com o artista que não trabalha por encomenda. O que resta é criar alguma coisa na esperança de que aquilo vai chamar a atenção de alguém e esse alguém vai pagar por ela.
Bem, estou divagando inutilmente, pra variar, o que eu queria dizer é que hoje não pude aproveitar a manhã pois tive que ir ao mecado com a Vera, saimos com um agradável tempo nublado, no estabelecimento caiu uma chuva caudalosa e nosso retorno foi sob o olhar cruel de um sol que parecia despejar óleo quente sobre nossas peles. Hoje em dia o tempo perdeu a razão, ficou louco e precisa ser internado num hospício. Noto também que antes, em cada esquina você encontrava um orelhão, por aqui eles sumiram. Em todo estabelecimento você via um relógio, podia ver as horas grátis, hoje os relógios e os orelhões sumiram (culpa dos celeulares?), estão se tornando peças de museu, e os museus estão fechando, tão mandando tudo para os computadores e internet. É a Skinet, a Matrix e sei lá mais o quê.
Bem, melhor parar de falar merda. Acabando aqui vou mergulhar as mãos em água gelada e partir pra mais uma página. Não vejo a hora de concluir este projeto do Poe.
Fiquem com mais um desenho para um livro infantil e tenham todos um excelente fim de semana.
Normalmente é pela manhã que tenho um melhor rendimento, gosto de aproveita-la para dar todo o meu gás pois nunca sei o que o dia vai me trazer, embora eu viva de rotina, mas gosto de garantir que um desenho, qualquer que seja ele, fique pronto, embora eu não saiba exatamente porque. Quando é um trabalho que vão me pagar por ele, aí justifica, mas quando dou vazão à minha criatividade e ponho no papel, a pergunta que fica é: porque o faço? Quem liga? Recebo um ou dois elogios de umas pessoas gentis e depois eles ficam esquecidos em envelopes. Penso que é porque eu não saiba fazer outra coisa e não goste de parecer um parasita, acima de tudo gosto do que faço, se um dia não pudesse desenhar mais, por algum motivo, creio que abreviaria a minha morte. Me ocorre agora um pensamento nerd, li certa vez uma hq do Wolverine e do Destrutor; o poder mutante do Destrutor é gerar energia, tipo, dá pra acender um cigarro na palma da mão, mas fora isso ele não sabia para que este poder servia. O mesmo se dá com o artista que não trabalha por encomenda. O que resta é criar alguma coisa na esperança de que aquilo vai chamar a atenção de alguém e esse alguém vai pagar por ela.
Bem, estou divagando inutilmente, pra variar, o que eu queria dizer é que hoje não pude aproveitar a manhã pois tive que ir ao mecado com a Vera, saimos com um agradável tempo nublado, no estabelecimento caiu uma chuva caudalosa e nosso retorno foi sob o olhar cruel de um sol que parecia despejar óleo quente sobre nossas peles. Hoje em dia o tempo perdeu a razão, ficou louco e precisa ser internado num hospício. Noto também que antes, em cada esquina você encontrava um orelhão, por aqui eles sumiram. Em todo estabelecimento você via um relógio, podia ver as horas grátis, hoje os relógios e os orelhões sumiram (culpa dos celeulares?), estão se tornando peças de museu, e os museus estão fechando, tão mandando tudo para os computadores e internet. É a Skinet, a Matrix e sei lá mais o quê.
Bem, melhor parar de falar merda. Acabando aqui vou mergulhar as mãos em água gelada e partir pra mais uma página. Não vejo a hora de concluir este projeto do Poe.
Fiquem com mais um desenho para um livro infantil e tenham todos um excelente fim de semana.