Os seis exemplares a que tinha direito já acabaram. Como foi um projeto bancado pelo governo, não há certeza de uma segunda edição, exceto on line. Então o futuro dele, assim como todos os quadrinhos que já produzi é incerto e arrisca a não chegar nas mãos daqueles que verdadeiramente fazem o mercado, aqueles que tem canais no You Tube e sites especializados e tudo o mais.
Mas isto é o de menos, o importante é que mais uma obra veio a público. Pra mim é apenas vaidade folhear o tomo e achar que eu poderia ter feito tudo diferente, melhor.
Tenho questionado muito o meu talento para isto, meu desenho sempre soará este tom alternativo, underground....sei lá.
Não sei se este livro, Zé Gatão e Edgar Allan Poe, obras ignoradas pelos tais especializados em quadrinhos, assim como canais que falam de gibis ecoarão no futuro, eu acho que não. Nem sei se Phobos e Deimos e ZÉ GATÃO - SIROCO (inéditos) serão publicados. Já não tenho o mesmo espírito combativo de antes para ficar batendo nas portas das editoras nem enchendo o saco dos "jornalistas" para que divulguem. As coisas que tenho feito, mais que nunca é para mim mesmo e só faço em minúsculos intervalos dos meus trampos pagaluguéis.
Tenho notado que os quadrinhos produzidos hoje, tanto por editoras quanto pelos independentes, nada tem a ver com as minhas propostas. Não estou dizendo que todos são ruins, longe disso, alguns caras são muito bons, é só a nova geração que chegou e ignora uma mais antiga. E nem dá pra dizer que eles estejam errados, afinal Jesus falou que tudo nesta vida passa e há de passar.
Não ando bem, como dos frutos que um dia plantei sem saber que as sementes não eram boas, mas fiz consciente, então nem tenho do que reclamar.
A chegada deste novo álbum foi uma alegria que durou um único instante. Já passou, mas eu quis deixar registrado aqui.
Até um outro momento, sabe Deus quando.