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Channel: A ARTE DE EDUARDO SCHLOESSER
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MY CRAZY SKETCHBOOK ( 02 )

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Sabem o que gosto de fazer quando não estou fazendo nada? Desenhar monstros. Sério, nada me relaxa mais do que pegar meus caderninhos (que tenho a pachorra de chamar de sketchbooks), empunhar a caneta e rabiscar meus monstrinhos. Os lovecraftianos são os mais divertidos. Começo de um ponto qualquer, geralmente no canto superior esquerdo da página e vou riscando sem pensar demais no que vai sair, aí vou agregando uns detalhes aqui outros acolá e no fim sai umas coisas esquisitas, desenhos que normalmente não mostro pra ninguém, afinal, só interessariam a mim mesmo. Tenho montes de caderninhos de rabiscos, cheios de desenhos despirocados. Quase sempre trabalho neles em pé, geralmente em filas de bancos. Parei de desenhar em coletivos em movimento, os solavancos não me permitem um traço preciso, embora precisão não seja uma ambição em artes assim, mas não vamos exagerar. As vezes crio coragem e coloco alguma coisa aqui.

Acho que a ideia de um caderno de esboços surgiu para o artista colocar no papel aquele imagem que lhe surgiu na mente e pode desaparecer se ele não registrar naquele preciso instante. Ou congelar na folha aquela cena pitoresca que ele sorrateiramente observa. Ou ainda, tracejar uma arte em desenvolvimento na sua cachola e ele precisa visualizar naquele momento, esperar para chegar ao estúdio pode ser fatal e a cena diluir-se para não mais se materializar na sua imaginação...qualquer que seja o motivo, não é exatamente o meu caso, estes desenhos eu faço somente para relaxar, nada mais. Me divirto fazendo isso, sai muito naturalmente. Claro, não faço somente monstros, tem bárbaros, heróis, pequenas batalhas, muitas figuras femininas, cenas eróticas, animais, confusão...bem, falando assim deixo transparecer que eles tem uma importância muito grande. Pra mim, tem sim. Não importa se é uma pintura ou um sketch, tenho apreço igual por cada coisa que faço, embora nunca fique inteiramente satisfeito com minhas criações. Parece-me as vezes que nunca atingirei o ponto, nunca encontrarei a nota certa. Se um dia conseguir, a busca terminará? 



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