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Channel: A ARTE DE EDUARDO SCHLOESSER
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O LEITOR.

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Eu fui um leitor voraz em minha juventude. Desde cedo gostei de ler. Claro, não lia de tudo, existem narrativas muito pesadas para um infante, os clássicos da literatura brasileira mesmo eu só fui gostar depois de adulto - ainda tenho péssimas lembranças de O Guarani, de José de Alencar, que tive que ler em um fim de semana para fazer uma prova de literatura na sétima série - mas alguns livros de Júlio Verne, H G Wells e H P Lovecraft ainda ecoam em minha memória, eu os li a muitos anos mas Miguel Strogoff, O Homem Invisível e Ar Frio ainda me lembro de cada palavra.

Existem livros que me marcaram muito na infância: "Doidinho", de José Lins do Rego, "Meu Pé de Laranja Lima" de José Mauro de Vasconcelos e "OLhai Os Lírios Do Campo" de Érico Veríssimo. 

Na fim da década de 70, no Rio de Janeiro, os livros velhos dos sebos foram como botes que me ajudaram a atravessar as águas tortuosas daqueles dias: os contos do Poe, Madame Bovary, de Flaubert, Tragédias, Sonetos e Comédia, de Shakespeare, alguns da Agatha Christie e vários livros contemporâneos que a editora Abril lançava naqueles tempos, coisas como O Poderoso Chefão, de Mário Puzo, Papillon, de Henri Charrière, Love Story, O Dia do Chacal e muitos outros.
Foi por este tempo que li os clássicos do gótico, Drácula e Frankenstein. O Médico e o Monstro só li recentemente.


Na década de 80 me apaixonei por Dostoievski, Tchekov e Charles Bukowski. Mas a medida que fui envelhecendo, as responsabilidades foram aumentando e meu tempo diminuindo, meu ritmo desacelerou.
Continuei a comprar livros e muitos ainda estão aguardando ser abertos. Hoje, quando muito, leio uma ou duas páginas de um romance por dia; um capítulo inteiro é muito raro. Resolvi reler As 1001 Noites o ano passado e só hoje acabei o primeiro volume. Mas eu prossigo devagar, lendo meus livros, esses bons amigos de todas as horas.


Queria muito ter lido os pulps das décadas de 30, 40 e 50, mas naquele período específico. Deve ter sido emocionante para as pessoas daqueles tempos. Ainda cheguei a pegar algumas novelas de rádio, na infância e digo: havia muita emoção naquilo!

Este texto é o pano de fundo para esses estudos que foi uma encomenda de Doc Savage, O Homem de Bronze, que teve seu momento áureo durante os anos 30 nos pulps americanos.



     

A ESCRAVA ISAURA (CENA 14)

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A internet realmente facilitou demais a divulgação do trabalho dos artistas com seus sites, blogs e agora com as redes sociais. Tenho páginas no DeviantArt, Pinterest e pelo menos umas cinco no Facebook. Algumas pessoas tem me cobrado pra eu abrir uma no Instagram, só não fiz ainda por causa de um pequeno aborrecimento. Eu realmente pareço lutar contra mim mesmo. Sou péssimo divulgador do meu trabalho. Tenho uma eterna dúvida se não sou um embusteiro. Acho que as coisas que crio tem algum mérito, sim, mas...não sei, são tantas dificuldades que enfrento em relação a elas que me pergunto se sou mesmo o que as pessoas acham que eu sou. Eu tenho muitos pudores para mostrar meus rabiscos. Isto me lembrou uma história que me aconteceu em Brasília: certa vez, nos idos dos anos 80, um grupo musical evangélico me pediu para criar uma arte para seu primeiro LP. Não tinham verba para me pagar e eu disse, ok, eu faço. Foi desafiante. Tive uma ideia interessante. Pintei a óleo numa tela, um rapaz numa perspectiva debaixo para cima tocando sax com notas musicais subindo em direção ao céu cheio de nuvens, numa momento estas notas multicoloridas criavam asas e adentravam uma abertura nos céus em louvor a Deus. O original desta pintura nunca voltou às minhas mãos e a arte na capa do disco ficou meio desfocada, talvez culpa de algum idiota que foi o diretor de arte ou de quem fez a reprodução do desenho. Ganhei um disco como pagamento e quem sabe ele esteja no meio dos vinis que ficaram na casa da minha mãe. O caso é que a pessoa que serviu de modelo para a pintura e eu certa vez, andando pelo Venâncio 2000, entramos numa loja de discos gospel e o cara perguntou pelo LP da banda. Mostraram a ele. Ele se envaideceu por se reconhecer na capa do disco e se apresentou como personagem da cena e fez o que eu implorava no meu íntimo para que ele não fizesse: dizer que eu era o autor da obra. Aquilo me enfureceu embora eu nada tivesse dito. Não foi só porque a reprodução da arte estava horrível, mas aquilo me expunha de alguma forma. O irônico é que o cara não foi capaz de comprar o disco em que ele fora modelo.    

Quando era desconhecido (bem, ainda sou um desconhecido) nos eventos, perguntavam quem eu era, eu não me apresentava como ilustrador ou autor de quadrinhos, eu só respondia: "ah, eu sou apenas um cara, alguém que gosta de HQs, por isto estou aqui." Outros passavam por cima de mim e diziam: "ele é artista, criou um personagem de quadrinhos chamado Zé Gatão!" Alguns conheciam e me congratulavam, outros demonstravam interesse em conhecer e outros ainda, nem tanto.
Eu nunca quis aparecer em público, por excesso de timidez ou de imbecilidade, o fato é que é que dificilmente terei a fama de alguns, porque não suporto o que eles dizem ser absolutamente necessário: aparecer sempre,  em todos os lugares possíveis. Ora, eu desenho exatamente para não ter contato com o mundo, esta ligação deveria ser feita somente através da arte.

Mas eu tento - de verdade! Quando possível eu vou aos eventos e me esforço para manter meus contatos pela web sempre atualizados, tanto aqui quanto pelo Facebook (aquele Google + eu nem sei como mexer nele direito). 

O que me fez criar um blog, ter páginas em redes sociais foi uma entrevista que li de uma editora da Dark Horse convidada pelo FIQ a alguns anos, ela dizia que os editores procuravam talentos a través destes canais, que era importante os artistas se mostrarem através destas mídias. Seria mesmo? Bem, eu já fiz a minha parte e nenhum editor gringo me procurou. Acho que seria um milagre se isto acontecesse, mas falam que milagres acontecem, eu não duvido, mas algo em mim diz que isto é só para quem merece, o que definitivamente não é o meu caso.


A arte de hoje é mais uma cena de a Escrava Isaura.

Beijos a todos!










MAIS AMOSTRA GRÁTIS DO NOVO ZÉ GATÃO (E A FALTA DE PACIÊNCIA PARA REDES SOCIAIS).

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Amadas e amados, boa noite!

Tiveram boa Páscoa? A minha foi excelente, a tempestade que me acometeu no início do mês de março deu uma trégua e tenho sorte que a Verônica é uma grande chef de cuisine e faz verdadeiras iguarias com qualquer ingrediente que lhe caia nas mãos. Tivemos um peixe (sexta) e bacalhau (hoje, domingo) que foi impossível não repetir o prato!

Os trabalhos continuam vagarosos, assim como o retorno deles, mas vamos vivendo, eu tento não refletir sobre o dia de amanhã; não mais.

Esta semana eu pensei seriamente em fechar o meu Facebook, aquilo tem feito pouco sentido para mim. Diariamente recebo quase 30 solicitações de amizade, a maioria de pessoas que pouco ou nada tem a ver com arte, logo terei 5.000 amigos e me pergunto: para quê? Só recebo comentários e os tais "likes" em minhas postagens ocasionais de umas cento e tantas pessoas; sempre; as vezes nem isso. Recebi um pedido de amizade de um cara que trabalha na Editora Dark Horse. Eu nunca passo mensagem, não tenho tempo para isso e nem sei o que dizer a alguém cujo rosto não conheço, mas para este eu escrevi um pequeno texto descrevendo o que faço, o que já publiquei e tal, afinal é um cara que trabalha na terceira maior editora dos EUA e quem sabe não me renderia uma publicação por lá (sonhar ainda não paga imposto, não é?). Ele nunca mandou resposta.
Existem pessoas muito gentis, é claro, que agradecem por eu ter aceitado suas solicitações, que enviam mensagens enaltecendo meus traços e eu não sou imune a elogios, e só por conta destes poucos é que eu continuo por lá, além de ser sempre uma vitrine a mais e também porque já fechei negócios ali.
Eu nunca tenho tempo para ficar visitando páginas e grupos a que sou adicionado, tenho certeza de que há coisas muito legais para conhecer mas, ou faço isso ou ganho meu pão de cada dia. E quando quero relaxar um pouco e rolo o mouse pelo feed de notícias me deparo com as publicações merda de pessoas defendendo o Lula e o PT, gente mesquinha que se julga capacitada para falar da morte da vereadora do PSol e propondo o fim da PM! Isso sem falar no nome de Cristo sempre sendo blasfemado pelos ateus de plantão! Leio absurdos por parte de artistas cujo trabalho admiro e sinto náuseas! E não é um ou outro, não, são quase todos! Não comento nada, minha página é para mostrar arte e falar sobre arte. Política e religião não é possível debater digitando à néscios. Isso tudo gera cansaço.
Uma coisa que percebi em redes sociais é o número de artistas que se multiplicam day by day! Caras e moças que nunca ouvi falar, nem vi publicações deles e veem a si mesmos como verdadeiros gênios criadores! Mas estes espaços servem para isto mesmo, para as tribos trocarem figurinhas e ficarem se lambendo. Acho até que hoje existem mais quadrinistas (a maioria ruim) que pessoas para ler o que é publicado!  Embora eu não admita sei que sou peça desta engrenagem e isto me causa perplexidade, como no passado eu não me adequava aos meios onde me via inserido, hoje continuo este corpo estranho.
A que conclusão chego? Não sei, nenhuma, são apenas desabafos, para isto me serve este espaço: falar e falar somente. Sigo caminhando na estrada, descalço, mas sempre em frente.


Os desenhos de hoje são detalhes de páginas de ZÉ GATÃO - SIROCO que estou desenvolvendo e no momento, infelizmente, parado.

Beijos a todos e até semana que vem se Deus permitir!









 

FOTONOVELAS.

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Os livros sempre foram a mais genuína forma de me desconectar da realidade por mais que a realidade estivesse inserida neles. Sempre gostei de ler, não é nenhuma novidade, canso vocês ao repetir isto aqui. Dentre as tantas coisas que consumi em termos de leitura existem as fotonovelas. Isso mesmo, já li muita fotonovela! Verdade que não eram as minhas leituras preferidas, se tivesse que escolher entre um livro de bolso desses que infestavam as bancas de antigamente e uma fotonovela, eu ficaria com o livro de bolso. 
Não lembro exatamente qual foi a primeira fotonovela que li na vida, mas recordo de uma lá pelos idos de 1974 (acho que era esse o ano), que me marcou bastante, não ao ponto de me lembrar do enredo, mas por associá-la a uma música do Odair José que tocava no rádio - a música em questão não era a da "pílula" ou do cara que queria tirar a garota da vida de prostituição, mas uma mais intimista chamada "Lembranças" (aliás, muito boa música!) - rememoro também que eu pintei a calça de um dos personagens de vermelho com uma caneta hidrocor vermelha. Foi um período melancólico da minha vida em São Paulo.
Certa vez, não sei dizer exatamente onde e quando, li uma narrativa em fotos que falava sobre uns fantasmas em uma casa, aquilo era verdadeiramente arrepiante!


O período que mais li este tipo de publicação foi por volta do ano de 1977 quando meu pai arrendou uma pequena banca de jornal para tirar uma grana extra, que ficava na SCRLN 711, em Brasília. Foi meu primeiro emprego, nunca ganhei um salário trabalhando lá mas li muita coisa legal. Fora dos momentos de pico, que geralmente era depois das 14 horas até as 18, eu tinha muito material à disposição. Só não curtia muito os jornais, e eles nem duravam muito, nosso reparte era pequeno e normalmente acabava logo. Depois de devorar os quadrinhos e as revistas - tanto as de teor jornalístico como Manchete e  Realidade bem como as de fofoca de televisão - sobravam, claro, as fotonovelas. A que mais fortemente vem à memória era a Jacques Douglas com o falecido galã italiano Franco Gasparri. Eram tramas policialescas misturadas com romance e alguma comédia. Era interessante mas tinham algumas inseridas na Revista Grande Hotel que realmente chamavam a atenção, principalmente quando o enredo entrava forte no suspense, onde a vilania por vezes se sobrepunha ao bom mocismo do protagonista e dava até pra roer as unhas durante a leitura. Os italianos eram muito bons neste tipo de escapismo.


Certa vez, eu e toda a família fomos passar um fim de semana numa chácara no interior de Goiás, era um desses lugares onde não havia conforto, nenhuma rede para se espreguiçar ou coisa do tipo. Fazia calor e a poeira do lugar secava a garganta, o melhor lugar para ficar durante a tarde seria no Opala do meu pai mas eu não podia ligar o rádio para ouvir música - para não acabar com a bateria do mesmo - e nem suportaria por muito tempo, a quentura era muito forte. Eu era o mais velho e tinha que tomar conta dos irmãos menores (eles não vão se lembrar disso, eram muito novos). Até que dentro de uma caixa com umas tralhas que tinha na casa havia uma fotonovela. Era de formato grande, não era lombada quadrada, era de grampo. Não tinha capa e faltavam as quatro primeiras páginas, consequentemente as quatro últimas também. Ou seja, não tinha começo nem fim, mesmo assim, para passar o tempo eu devo tê-la lido umas quatro vezes, pois era uma fotonovela danada de boa!


Claro que nós os brasileiros fizemos as nossas fotonovelas com os galãs da época, atores de novelas e cantores populares, mas nem de perto chegavam aos pés das edições italianas.


Acho que esse tipo de cultura passou, não vejo mais estas publicações em circulação; caiu de moda? Por que será? Desgaste do gênero? Nos tornamos menos sonhadores e românticos? Sabe-se lá!


Essas fotos eu roubei de outros blogs sobre o tema fotonovelas, mas nem li o que diziam.

Beijos a todos e até semana que vem com mais um besteirol da minha parte.





























A ESCRAVA ISAURA (CENA 15).

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Boa noite! É bom estar com vocês. Na verdade eu queria me sentir com o mesmo gás de quando comecei este blog, eu gostava de registrar meus acontecimentos cotidianos, rememorar fatos da infância e juventude mas parece que me desgastei. Muito do que eu disse aqui parece que foram palavras ao vento somente; claro, sempre tem alguém que se identifica, mas é um número tão reduzido que pensando bem não vale mais a pena eu me abrir, pelo menos esse é o meu pensamento nesses dias do fim. Dias do fim? Sim, sinto e vivo como se não houvesse um amanhã. Alguns anseios se perderam no caminho, não sei dizer exatamente quando, possivelmente em algum ponto perto da partida do meu pai, quem sabe até um pouco antes. Talvez isso seja bom, não criar expectativas em relação a esse mundo nem esperar nada de ninguém. Sabemos por Jesus que este não é nosso lar, é apenas um ambiente de provações. Sobre o porvir eu também tento não pensar a respeito, deixo nas mãos Dele, eu tento fazer a minha parte. Não é culpa de ninguém eu me sentir assim, faz parte da minha natureza, só vai se intensificando a medida que envelheço.

Meus trabalhos continuam e eu viajo neles, é a porta que Deus me deu para eu escapar da realidade. Tenho livros e quadrinhos para serem publicados - todos já foram pagos - e nem sei se um dia chegarão às mãos do público, muito material inédito que ninguém pôs os olhos.

Hoje eu procurava uma arte criada para um clássico e me deparei com os originais da biografia do Edgar Allan Poe, estavam em um envelope plástico. Não coloquei verniz fixador naquelas folhas, não tinha na época, esta obra continua inédita, logo essas folhas vão amarelar e, como tudo na vida, criar bolor e virar pó com o tempo. Este pensamento me envolveu de tristeza. Mas é necessário que assim seja. Tudo passa, tudo há de passar.


Mais uma imagem para A Escrava Isaura, mais um livro que continua sem publicação.

Uma boa jornada semanal a todos!

KALI.

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É noite e neste preciso momento cai uma chuva caudalosa. Gosto disso. Quando estou em paz em casa, no silêncio do meu estúdio, nada me embala a alma mais do que o som da chuva lá fora, nada me enternece mais do que o dia cinza, nublado. Melhor que isto só se eu estivesse no escuro do meu quarto, deitado, ouvindo os pingos baterem na janela. Lembro dos tempos chuvosos de Brasília, quando morávamos na SQS 202, nos idos dos anos 80. No ambiente, dormíamos eu e meu irmão Gil, no outro quarto, Rodrigo e André. Minha cama ficava próxima à janela e nas noites de borrasca, debaixo das cobertas, eu me regozijava com o som dos ventos. Via a grandiosidade de Deus e Sua criação.
É bem verdade que aqui nesta cidade, neste bairro, a tormenta causa estragos, as ruas alagam, o escoamento é precário, é muito ruim para quem está na rua; com muita intensidade ela causa quedas de energia ou a tv a cabo sai do ar. Mas neste instante tudo está ok, desliguei o som do notebook só para ouvir a chuva que cai sem piedade, como quem diz: "demorei para chegar, mas aqui estou, não será possível ficarem indiferentes à minha presença!"

Estou na minha rotina, ido às pequenas compras, trabalhado nas encomendas que me fazem. Lendo alguns quadrinhos antigos, parei de consumir novidades, não há dinheiro e tampouco interesse, embora veja surgindo muita coisa que parece boa, mas não há nem espaço físico em minhas estantes. Chega uma hora em que a gente tem que parar um pouco. Minha produção pessoal segue devagar, um pouquinho sempre que é possível. Tenho ouvido pouca música, há momentos que me dou um tempo, música para mim é envolvimento total, uma coisa de alma. Não ando cem por cento para me inebriar com belas melodias, é como aquele vinho que se guarda para ocasiões especiais.


A ilustração de hoje foi encomendada por um bom amigo que ama artes fantásticas. Quem tiver interesse em ver a cena sem censura pode clicar no link abaixo:

https://eduardoschloesser.deviantart.com/art/Commission-Kali-and-Humans-740866368

A chuva continua e parece não ter intenção de parar tão cedo. Vou encerrar aqui e dar um pouco mais de atenção a ela antes de voltar ao novo desenho em que trabalho.

Fiquem todos com Deus!

MOSQUITOS, PERNILONGOS, MURIÇOCAS, CARAPANÃS E FRANKENSTEIN JR.

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Boa noite a todos.

Trabalhar a noite, período onde melhor produzo meus desenhos, nesta época do ano chega a ser um tormento, as vezes. Tudo por culpa das muriçocas, como chamam os malditos mosquitos aqui. O calor é úmido na maior parte do ano. Depois vem a época das chuvas onde o ar esfria um pouco, mas este momentâneo conforto dá lugar a uns bichos que parecem boeings inchados de seu sangue, com rasantes na sua cara. É complicado. O ventilador que fica ligado durante todo o período de calor tem que ficar ligado a noite para não sermos fustigados pelas mordidas e aterrorizados por aquele macabro som de violino desafinado próximos aos ouvidos. E elas parecem se concentrar neste pequeno espaço que transformei em meu estúdio de trabalho. Eu sempre coloco um pouco de veneno no ambiente uns vinte minutos antes de entrar, mas os pernilongos não estão nem aí. Como não posso ficar sem produzir tenho que suportar as picadas e o maldito som de violino.

Eu explorei pouco os insetos no mundo antropomorfo que criei, nele, esses seres são monstros, inimigos mortais dos mamíferos, répteis e pássaros, mas a pequena abordagem se deu mais por falta de oportunidade do que outra coisa, boas histórias para contar não é dificuldade, tenho muitas ideias. Outro problema é que esses bichos tem um design complexo e antropomorfizá-los - sou capaz de fazer numa boa - demandaria mais tempo do que posso dispor atualmente. Trazê-los para conflitarem com Zé Gatão e outros personagens fica então, quem sabe, para o futuro.
Enquanto isso vou tendo meu sangue sugado por estes malditos carapanãs ou aterrorizado por uma eventual barata que surge voando sabe-se lá de onde. C´est la vie.


A arte de hoje é minha releitura de um personagem que amava assistir na infância, Frankenstein Jr. da Hanna Barbera. Comparem com o original.


Na boa, acho que nem o Frank daria conta desses mosquitos. Blagh!

A ESCRAVA ISAURA ( final )

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A noite passada eu tive um sonho estranho - como são estranhos todos os sonhos - mas este me pareceu bem real no momento em que sonhava, claro, quando acordei eu distingui que as pessoas presentes na ação não eram exatamente as pessoas da vida real, de um momento para outro se metamorfoseavam em rostos e corpos diferentes e um ambiente dava lugar a outro bem distinto e no entanto era o mesmo. Mas isto pouco importa, no tal sonho eu recebia um diagnóstico médico em que tinha um tipo raro de câncer no sangue e teria pouquíssimo tempo de vida, menos de um mês, talvez nem isso; a boa notícia segundo o médico é que aquele carcinoma não provocava dor, não haveria sofrimento físico, no momento derradeiro eu sentiria uma forte sonolência e partiria para sempre deste vale de lágrimas. Não houve tristeza da minha parte; como tudo era um tanto confuso no tal sonho eu não sei explicar as ações que levaram alguns personagens a fazer parte dele, mas é certo que eu recebia a última visita de uns amigos mais chegados, um deles era o lendário editor Leandro Luigi Del Manto (se você, que sempre me acompanha não sabe quem é e é leitor de gibis, saiba que ele foi o responsável pelas boas graphic novels que leu na década de 80 e também editor das séries Akira, V de Vingança e Sandman entre outras tantas. Também meu editor nos títulos ZÉ GATÃO - MEMENTO MORI e DAQUI PARA A ETERNIDADE). Meu irmão André também estava presente e várias pessoas que não tenho recordação de quem eram. Acordei com uma sensação estranha, sem saber se ainda sonhava ou não. Seria bom se assim fosse de fato, sem dor, um sono pesado e depois mais nada. Mas sabemos que não é assim, penso que para justificar esta ruptura do corpo com a alma uma certa dose de sofrimento e desespero tem de fazer sentir.   
Nos últimos três anos tenho esta forte impressão de que já fiz o que tinha de fazer, como se tivesse perdido o bonde para o além e estivesse sobrando aqui só a espera do próximo. Enquanto ele não passa faço o melhor que posso as coisas que tenho que fazer. Meus desenhos prosseguem, tenho que continuar me alimentando e preciso de um teto sobre minha cabeça, há pessoas que dependem de mim e querem que eu continue aqui mais tempo. Minhas artes é que falarão por mim (talvez) quando eu não estiver mais aqui, então quero que elas tenham voz forte, por isto eu as executo com toda a alma.
Creio que este tal sonho se deu por ouvir de minha mãe no dia anterior sobre uma amiga dela, jovem ainda, que descobriu um câncer de medula e não durou um mês. Foi surpresa para todos o falecimento dada a rapidez com que tudo aconteceu.
Não somos nada nesta vida, se todos se dessem conta desta realidade talvez, quem sabe, deixaríamos de lado as picuinhas e nos respeitaríamos mais, nos amaríamos mais, poríamos de lado a vaidade e a sede de poder - seja em que nível for - e adoraríamos a Deus na beleza de Sua santidade e viveríamos a nossa breve passagem por este mundinho com mais harmonia. Mas nunca será assim, o ego do homem é maior que tudo e ele pensa que é eterno, entre o momento de seu nascimento até se dar conta que ele nada é, muita merda ele já fez por aqui.
Felizmente os homens tementes a Deus (que não estão lá no STF) mesmo sendo ínfima minoria, promovem o equilíbrio na balança. 


Com  esta arte, fechamos o livro A Escrava Isaura. Este, aliás, foi o único que postei todas as artes na íntegra, lembrando que ele, assim como outros vinte desta série de clássicos brasileiros, continua sem publicação.

Se o tal sonho não virar realidade durante esta semana, nos encontramos de novo aqui no domingo, quem sabe com um conto violento que estou ruminando faz uma data, espero ter tempo de escrever.

Até lá!





OS FLINTSTONES.

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Bah, como podem perceber o conto violento mencionado na postagem anterior não pode ser escrito. Estes tempos que estou vivendo não estão permitindo meus voos de fantasia com a mesma frequência. Gosto de escrever - de desenhar com palavras, melhor dizendo, ser escritor é outra coisa, eu estou longe disso - mas preciso de calma e reflexão para melhor traduzir em letras as ideias que fervilham na minha cabeça, a escrita para mim não é como aquele esboço rápido que faço sem pensar direito no que a mão vai criando no papel. Bem, uma hora eu deixo os compromissos sérios por um instante e digito a tal aventura.

Tenho feito interrupções em meus trabalhos comissionados, estes que pagam as minhas contas, para me divertir um pouco, é aquela velha história de descansar carregando pedras. Pelo menos uma vez por semana eu faço a releitura de um ícone da Hanna Barbera. Começou com o Space Ghost e aí vieram sugestões (não sei se vou acatar, eu só me sinto estimulado a fazer alguns, nem todos me inspiram, por exemplo, Johnny Quest é um desenho que eu gostava muito quando criança, mas ele não me rende uma versão original. Os Herculóides é bacana mas são elementos demais para caber em uma única página). Tenho ideias para alguns personagens, mas não muitos.
Meu amigo Luca me aconselhou a ir dando vazão as esses devaneios pois pode ser que alguém queira publicar um portfólio meu com estas ilustrações (que estão mais pra esboços bem acabados) num futuro, quem sabe? Pode ser, embora ache muito improvável. Bem, sigo criando enquanto isso me divertir. Depois, quem sabe eu não faça as minhas versões de He-Man e dos Thundercats?

Isso me lembra que interrompi uma série que criei que achava legal, os grandes monstros do cinema, desenhei o Jason Voorhees, criatura de Frankenstein, Nosferatu, Leatherface.... hummm....não me lembro de mais. Mas ficaram faltando Freddie Krueger, a Múmia (do Karlof, claro!), o Monstro da Lagoa Negra, Noiva de Frankenstein, Jekill e Hide, o Lobisomen e mais alguns. Preciso retomar isto. Mas como eu disse, o tempo parece ter encurtado.

Sobre a Hanna Barbera eu gostava muito das criações do lendário Alex Toth para o estúdio, eram heróis da pré história ou do espaço, tinham uma pegada de aventura bem legal, mas devo confessar que nunca fui um fã de Zé Colmeia, Tartaruga Touché, Lipe e Hardy, Dom Pichote e tutti quanti. Eu preferia os desenhos do Pernalonga e do Pica Pau. Scooby Doo sempre achei chato! Os Flinstones foi uma grande sacada, ambientar uma família  americana na idade da pedra funcionou muito bem, obrigou os idealizadores a usar a criatividade, mas as animações desses desenhos eram fracas. É sabido que até a década de 60 em uma animação do Pernalonga eram usados de 25 mil a 40 mil desenhos enquanto nos da Hanna Barbera isto caiu para dois mil para baratear os custos. Os personagens pareciam muito tempo estáticos só movendo a boca e a cabeça de um lado para outro e para facilitar o corte, colocavam uma gravata nas figuras para não mostrar os pescoços. O cenário também eram sempre os mesmos, talvez por isto, Tom e Jerry para mim era muito mais sedutor, embora ver o gato sempre se ferrando me incomodava.

Ok, chega de tagarelar por hoje. Nem vou falar sobre o tal conto (tais na verdade, tenho ideias para uns quatro), quando ele ficar pronto estará postado aqui. Lembrando que a nova aventura do Zé Gatão continua parada.

Abraços nos gatões e beijos nas gatinhas!
Até!

O MAL QUE SE ESCONDE NOS CORAÇÕES HUMANOS.

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Ah, esses dias próximos do fim! Quão lentos parecem na tristeza! Quão rápidos passam em momentos de bonança!

Eu nunca mais tinha comprado quadrinhos, mas esta semana passei na revistaria que costumava frequentar e me deparei com um "Coleção Histórica Marvel" dedicada ao Shang-Chi, o Mestre do Kung Fu. Adquiri na hora! A primeira vez que li este gibi foi em 1975, ano em que fui morar em Brasília. Por aquele período eu era fissurado em artes marciais, viciado nos filmes do Bruce Lee e na série televisiva Kung Fu (já declinei isso aqui um porrilhão de vezes!). Como minha leitura anda muito lenta devida ao tempo escasso, ainda estou nas primeiras histórias, mas dá para sentir que aquilo não envelheceu nada, tem o mesmo frescor, continua muito bom e me transportou àqueles dias ensolarados na Capital Federal. Ainda tem mais três edições para sair, fico no aguardo.

Esta semana fiz muitos esboços para trabalhos que estão em andamento e finalizei a arte do enigmático O Sombra. Mítico personagem criado na década de 30 para o rádio e depois adaptado para a literatura pulp, cinema e quadrinhos. A iustração foi encomendada pelo André Araújo, um cara muito legal que diz gostar dos meus traços e cores. Valeu a confiança, André!


Nos últimos tempos tenho recebido retornos muito emocionantes de pessoas que gostam do que eu crio. Bem, não chega a ser uma novidade, sempre leio comentários gentis de alguém que começou a desenhar depois que conheceu meus rabiscos. Mas teve dois episódios recentes que me marcaram e que vou guardar no coração com muito carinho. Antes de ter um computador eu frequentava uma lan house que ficava a umas quadras de distância da minha casa para escanear minhas artes e mandar para a editora Escala. Um menino que também comparecia ao local, certa vez, muito educadamente, me abordou: "O senhor é desenhista?" Eu: "Um pretenso desenhista, sim." Ele: "Eu também gosto muito de desenhar." Eu: "Que bom!" Ele: "Seus desenhos são demais!" Eu: "Obrigado!" Não lembro bem o restante do breve papo mas eu incentivei ele a continuar a se desenvolver no desenho. De lá para cá eu o encontrei algumas poucas vezes no bairro e sempre trocamos algumas ideias sobre quadrinhos. Ele sempre polido. É um mocinho miúdo de muito boa aparência. Gosta muito mais da DC do que da Marvel. O caso é que umas duas semanas atrás eu cruzei com ele (agora um rapaz - ainda pequeno em estatura - bem vestido e de cavanhaque) em uma esquina e no breve colóquio que tivemos ele me disse que na verdade não continuou desenhando, mas que  havia se formado em designer gráfico e ganhava seu dinheiro com isto, e acrescentou que isso só aconteceu pelo incentivo que dei a ele naqueles dias da Lan House. Fiquei feliz por ouvir de viva voz.
O outro caso foi uma mensagem que recebi no Facebook de um rapaz que disse que sofre de depressão crônica (sei bem o que é isso, e como sei!) e que numa das piores crises que ele teve o que o ajudou a superar foram meus textos neste blog e ao ler Zé Gatão - Crônica  do Tempo Perdido ele se sentiu "em casa", se não fosse isso ele não sabe o que poderia ter acontecido.
Deus trabalha de muitas maneiras misteriosas - eu creio nisto! - e parece que minha escrita e meus quadrinhos tiveram funções um pouco além do que meramente entreter.
Sinto-me recompensado.

Escrevo estas palavras hoje um tanto na pressa, portanto perdoem algum erro. 

Que todos vocês tenham uma ótima semana!

MEU PEQUENO MUNDO.

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O melhor lugar para eu estar é no quartinho que tenho a ousadia de chamar de "estúdio". É um pequeno espaço sem janelas, com pouca ventilação mas que considero meu mundo particular. Tenho duas estantes atrás de mim contendo os livros e quadrinhos que julgo essenciais para minhas leituras e consultas, muitos dos quais não toco a anos, mas sei que eles estão ali, só esperando sua oportunidade de me ajudar. A minha esquerda, várias caixas empilhadas, fechadas, com outros tantos livros e gibis que aguardam o momento de serem manuseados e relidos, mas se dou a eles ar, aumenta a bagunça do lugar. Faz anos que eu planejo comprar outras estantes, mas o tempo vai passando e nunca ponho o plano em prática, sou mesmo uma negação!
À minha esquerda, empilhei várias pequenas caixas contento meu livros publicados (clássicos da literatura brasileira, bem entendido) e servem de apoio a outros compêndios sobre arte e quadrinhos que vou adquirindo. E em cima destes tomos e invólucros vou guardando envelopes e mais envelopes com esboços e artes originais, além de tubos de tintas, canetas, lápis e pincéis. Imaginem a bagunça! Bem, não é tanto assim, mas poderia ser um pouco mais organizado. Sei onde está cada coisa, mas tem hora que procuro uma revista ou desenho e está bem diante de mim e não encontro.
Nisso tudo o local só tem espaço para minha pequena prancheta (no passado eu tinha uma bem grande, escrevi um texto sobre ela - link:  http://eduardoschloesser.blogspot.com.br/2011/04/velha-companheira.html - quem não leu, leia, é legal!).


Tenho comprado cada vez menos livros e histórias em quadrinhos, afinal  quase não tenho espaço para me movimentar aqui, mas os originais vão crescendo, consequentemente os envelopes também, e os livros que publico e que são enviados pelas editoras vão sendo amontoados. Já imaginei tudo isto caindo sobre mim, livros, gibis, papeis e materiais de trabalho, todos muito íntimos e amigos, me sufocando e me levando para o além, me aliviando do fardo. Romântico e trágico, hein!


Me sento sempre aqui ouvindo minhas músicas (estou escutando Lalo Schifrin neste exato momento) para trabalhar e me sinto acolhido, querido, e isso é bom.


No entanto sempre sou assaltado por um pensamento: no dia em que eu me for, o que será deste mundinho? Provavelmente morrerá comigo. Não deixo descendentes que herdem isso tudo. Não sei quem fará proveito das coisas que criei, que destino terão. No entanto é um pensamento besta, o que for, será, na sepultura não há memória de nada. Toda a vaidade se desvanecerá. Quem se importa? Pra que se importar?


A arte no topo foi criada para um conto do Machado de Assis.
Os esboços são os estudos para arte de John Carter (aquele que vai parar em Marte, criado pelo mesmo autor do Tarzan), uma encomenda em andamento.

Boa semana a todos!












AMOR POR ANEXIS E OUTROS CONTOS ( 01 ).

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Hoje chego tarde aqui para deixar uma arte para vocês, sempre muito com que me ocupar. Faço meus planejamentos e não consigo dar conta nem de 30 %. Me obrigo a fazer textos resumidos e pouco inspirados se comparados aos que eu fazia dois, três anos atrás. Mas é a vida, seguimos o fluxo natural das coisas.

Tenho pensado, como sempre, no meu papel como desenhista (eu ia dizer, como autor de quadrinhos, mas minhas atividades não se limitam só a isso, felizmente) e chego cada vez mais à conclusão de que não faço parte do meio. Muito do que vejo hoje me dá azia. Gosto de estar antenado com o que passa à minha volta no que se refere ao campo das artes gráficas, então sempre ouço um podcast, um evento, uma entrevista, um vídeo sobre um novo gibi, tudo enquanto trabalho e tenho notado como os discursos idiotas se renovam. Os da nova geração parecem incapazes de dizer exatamente a que vieram. As frases são sempre entremeadas com a palavra TIPO, por exemplo: "Eu meio que faço quadrinhos, tipo underground, saca? Tipo Crumb, entende? Tipo, faço do meu jeito, tipo assim, sem me preocupar com o que vão achar, tipo, tô cagando se vão gostar ou não, saca? Tipo, se não for assim, não tem como me expressar!" Uns carinhas com jeitão desleixado, barbas enormes e cabelos como se tivessem levado um choque. As moças cheias de piercings, tatuagens e cabelos multicores. Na verdade o visual pouco me interessa, o que produzem é que me causa preplexidade. Não tenho nada contra quadrinhos engajados, mas usar esta tão rica linguagem apenas para este fim é que me preocupa. Na verdade nem me preocupa, não sou obrigado a ler, mas me causa estranheza. Alguns da velha geração vem sempre a público para falar que o capitalismo é opressor, que a esperança ainda reside no socialismo, que a polícia é fascista e o bandido só é bandido porque a sociedade burguesa não dá a ele chances de disputa em pé de igualdade. Tudo com muita empáfia na voz.

Vivemos, mais que nunca em dias estranhos, com pessoas trocando o certo pelo errado, dizendo que tudo é relativo, tentando te convencer que o claro é escuro e que o breu é luz. Definitivamente me sinto totalmente fora de tudo isto.


Hoje posto a primeira arte de um clássico que ilustrei (e nem sei se a editora já imprimiu), um livro de contos de Artur Azevedo.

Beijos a todos vocês!

DEEM - ME UM MARTELO.

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Tchuru tchu á, tchuru tchu á! Sentei-me aqui com este refrão da música da Rita Pavone torturando meu cérebro. Acho que sei porquê, minha sogra assistia a um programa na Record TV, um desses de variedades, ali exibiam uma matéria sobre um nordestino na praia vendendo certo produto e para entreter o público - e chamar a atenção para a mercadoria - faz paródia com letras de músicas famosas do tipo I Wanna Hold Your Hand, dos Beatles, e entre as tantas, Datemi Un Martello, que agora me persegue. Típica melodia que gruda na cabeça, quiçá, a mesma cabeça que Rita Pavone tem vontade de esmagar com um martelo, como diz a letra. Seria Datemi Un Martello uma das primeiras músicas abertamente transgressoras a invadir os lares e incitar os jovens contra as gerações mais velhas? Eu não duvidaria. Eu sempre achei que o comunismo e o rock foram perfeitas criações do diabo para levar um maciço número de almas para o inferno (e antes que alguém aí queira me jogar pedras, eu ouço rock e não quero ir para o inferno) e tem logrado muito sucesso. Mas no caso do rock acho que a coisa veio bem antes, talvez com o filme O Selvagem - excelente filme, diga-se de passagem! Vi a muito tempo e pelo que me lembro (tô com preguiça de consultar a sinópse) um bando de motoqueiros, liderados por um Marlon Brando vestido de couro, chegam a uma cidadezinha pacata e ali acontece de tudo quando aparece uma gangue rival. Claro que o Brando se envolve com a mocinha da cidade, que é filha do chefe de polícia, é acusado de crimes que não cometeu, se safa e ainda enche o Lee Marvin (lider da gangue rival) de porrada. Típico filme de rebelde sem causa que influenciaria James Dean, Elvis e Beatles. Bem, o mundo sempre foi uma bagunça só, mas toda essa quebra de valores que começou de forma sistemática nos anos 50, talvez um pouco antes, refletiu de forma profundamente negativa nos anos posteriores.
Mas sabem, pensar sobre isto....pior, debater sobre isso me enche de enfado. Eu sempre fui considerado um reaça, um quadrado (para citar uma gíria antiga). Na faculdade de artes fui considerado um Neandertal, por que não fumava maconha, não me relacionava sexualmente com homens e não dava selinho nas colegas de classe. Nunca fui um santo, tô muito longe disso, mas nunca curti promiscuidade, e drogas, é para mentes fracas. O caso é que a tal quebra de valores lá do passado deu na total decadência que testemunhamos hoje. Ninguém respeita mais ninguém. É fato. Mas você pode me chamar de retrógrado e teórico da conspiração, se quiser. E olha que nem falei sobre George Soros e família Rockfeller!

Na verdade nem era pra falar sobre essas coisas, mas a música da Rita Pavone estragou tudo. Eu ia comentar sobre o que ando lendo, então vamos lá: Na verdade relendo. Material antigo do Richard Corben, o mestre; reli "Bloodstar" e agora "Mundo Mutante". A arte do cara, seus enquadramentos e efeitos de luz e sombras são matadores!

O último filme que vi foi "Vingadores - Guerra Infinita". Poxa, gostei pra caramba!

Não estou vendo séries, mas quero ver se retorno aos "Agentes da Shield", que parei no meio da terceira temporada. Muito criticada mas eu me distraía.


Os desenhos de hoje são esboços de uma encomenda finalizada com sucesso.


Até semana que vem (se eu não levar uma martelada na cabeça - tchuru tchu á, tchuru tchu á)!














AMOR POR ANEXIS E OUTROS CONTOS ( 02 ).

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Não é segredo que comecei muito tarde no desenho. Na verdade nem comecei tão tarde, mas o amadurecimento do meu traço foi tardio. Talvez porque eu fosse um vagabundo, quem sabe, porque não soubesse o que fazer da minha vida e ficasse buscando aventuras e subterfúgios, procurando nada, só encontrando vazio e pessoas ocas onde quer que eu fosse. Boa parte da minha juventude eu busquei uma felicidade quimérica, sonhava em ter amigos que fossem como irmãos, daqueles que você pode sempre contar a qualquer hora, anelava por aquela namorada sempre presente, a eterna companheira. Quimeras. Me decepcionei em cada uma destas buscas. Mas sabem, o principal culpado sempre fui eu mesmo. Eu devia ser um chato de galochas, sempre indo à casa dos outros em horários inconvenientes, caçando amizades em quem não estava afim disso. Um desses caras chegou a me falar: "sabe qual o seu erro, Eduardo? Você espera das pessoas o que você dá a elas! Vai quebrar sempre a cara!" Ele estava certo. E mesmo assim não consegui mudar. O fato é que sem saber o rumo que devia tomar não me dei conta de que a arte seria esta porta de saída deste mundo, então, por consequência nunca me dediquei como devia, nunca estudei a fundo. Meu desenho era aquele espontâneo, muitas vezes copiados (mal copiados, na verdade) de mestres como Will Eisner, Richard Corben, Gustave Doré e outros e fazia só mesmo para extravasamento. Quando comecei a me descobrir desenhista - e que poderia ganhar a vida com isto - eu já contava com mais de 20 anos. Então decidi a estudar mais a sério, mas sem um farol, o que me restava fazer era reproduzir desenhos de revistas de moda para fazer dobras de roupas e mulheres bonitas, atletas da musculação para acertar a anatomia, era assim que eu conseguia criar minhas fantasias heroicas no estilo do Frazetta e do Boris (e pensava que estava bom!). Só em São Paulo, indo a algumas exposições é que eu notei que teria ainda muito o que aprender, principalmente no tocante aos quadrinhos e decidi ser profissional nem que fosse na marra.
Não sei se consegui, eu não julgo o meu trabalho, que outros o façam, eu sigo a minha intuição como sempre.
Um certo escritor que trabalhou comigo uns anos em uma pequena empresa de comunicação em Brasília me reencontrou pelas rede sociais. Ele é um fã do Zé Gatão e de tudo o que eu faço, o que me enche de orgulho, pois é um cara muito inteligente. Trocamos uns e-mails falando um pouco do que foi as nossas vidas nestes anos em que não tínhamos contato e ele me disse que era inscrito em alguns canais nerds do Youtube e sempre esperou ver/ouvir comentários sobre meus quadrinhos. Nunca aconteceu! Claro, eu não fico surpreso. Ele sugeriu que eu me empenhasse mais em divulgar meus álbuns. As pessoas não acreditam, pensam que sou acomodado ou que desisto fácil, mas eu fiz tudo o que podia, tudo o que estava ao meu alcance. Fui a palestras, apertei mãos (até de artistas que eu não gostava), bati em portas de editoras, enchi o saco de editores, fui às redações de jornais e revistas que falavam sobre quadrinhos, cobrei resenhas e etc e etc. Hoje eu já não tenho o tempo, a mesma paciência (e nem material para distribuir) para youtubers para ver se eles fazem a caridade de resenhar meus livros. O fato é que esse amigo escritor encontrou um vídeo bem antigo do Pipoca e Nanquim, do mês 09 de 2011 falando muito brevemente sobre o Zé Gatão - Memento Mori. Ficaram mais falando que o nome do personagem é estranho do que qualquer coisa. Morreu aí.
Tenho certeza de que qualquer outro canal seria a mesma coisa, pelo simples fato de que a maioria das pessoas ainda continuam a julgar um livro pela capa ou pelo nome/aspecto dos personagens. Ah, na verdade cansei disso tudo! Basta!


A arte de hoje foi feita para um conto do Artur Azevedo.

Abração para todos vocês!


FORGIVE ME!

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SEM POSTAGEM HOJE, QUERIDOS, NÃO ESTOU BEM.




MUDANÇAS.

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Minha família nunca se estabeleceu em um local por muito tempo. O motivo sempre foi um aluguel mais barato. Nunca me senti situado, nunca criei raízes. Isso tem o lado bom e o mal. No meu caso, o lado mal, penso, é que isso exacerbou minha inadequação, o ponto positivo é que nunca pude me acomodar, o constante movimento me fez cortar relações com velhos fantasmas e partir para novas experiências, criar outros espectros para romper com os atuais e assim pensar que estou criando uma história, a minha história. Hoje sei que na verdade o que fiz foi tentar, como os cães, morder meu próprio rabo.

Primeiro morei meus primeiros anos de vida com meus avós maternos, depois apenas com a avó numa pequena casa que meus pais podiam pagar num local de Guarulhos conhecido como Taboão, onde vi minha primeira cena trágica, um menino esmagado pelas rodas de um ônibus. Depois residi numa chácara, ainda em Guarulhos. Não muito depois fomos morar com meus pais na casa de uma amiga alemã do velho Schloesser, chamada Bárbara, que ficava em Cumbica. Em 1970 (sei que foi este ano por causa da conquista do tri) moramos na Rua Guaianazes no centrão velho de São Paulo. Tempo depois mudamos para o bairro de Pirituba, não nos delongamos lá, voltamos para o centro, desta vez na Rua Aurora.

Em 1975 a mudança mais radical: Brasília. O impacto maior, além da geografia e clima da cidade foi no colégio. Em Sampa eu  estudava no Caetano de Campos, usávamos uniformes e antes de entrar em sala de aula fazíamos fila indiana e ouvíamos o hino de São Paulo, o hino à bandeira, o hino da Independência e por fim o hino nacional. A diretora (Dona Carmela, numa sacada no segundo andar do vetusto edifício como se fosse a rainha da Inglaterra a observar seus súditos - nunca me esqueci dela) e os professores eram respeitados como nossos austeros pais. O som de entrada para as salas de aula vinha de um sino e depois fazia-se silêncio enquanto as mestras ministravam os estudos. Em Brasília, nas Escolas Classes, que ficavam entre as quadras, reinava o caos. Usávamos apenas uma camiseta com o emblema do colégio no lado esquerdo do peito, calças jeans ou de tergal e tênis (conga ou kichute), não havia hierarquia nem hinos, quase todos os dias havia uma briga antes, durante o recreio ou depois das aulas, os alunos mais violentos formavam gangues e faziam corredor polonês para os mais fracos passarem por ele na hora de entrar em sala - isso diariamente. O sinal de entrada e saída era um som que lembrava a sirene da polícia. As professoras  não eram respeitadas e muitos meninos peidavam alto na sala de aula para a gargalhada de todos. Estas ações raramente tinham alguma consequência. Malgrado tudo isto eu gostei da luminosidade e dos espaços verdes de Brasília. Primeiro residi no Brasília Pálace Hotel, depois na SQN 104 e no ano seguinte fomos para a SQS 202 onde nos estabelecemos por muitos anos. É claro que eu sempre dou um jeito de ferrar minha vida e cometi o desvario de ir para o Rio de Janeiro em 1979 e ficar lá sofrendo por quase quatro invernos.

Em 1991 retornamos a São Paulo, de novo para a boca do lixo, no mesmo lugar das décadas passadas. Tudo continuava igual, os mesmos mensageiros dos hotéis baratos com seus galantes uniformes vermelho e verde, o tráfego intenso, o frio enregelante no inverno, o calor abrasador no verão, as chuvas caudalosas, a sujeira, o fedor de decadência, os pombos, das marquises, cagando nas cabeças dos passantes - na minha, inclusive, um sem número de vezes -  e muitos rostos de outrora, agora cheios de rugas e desilusões. Mas, justiça seja feita, algumas mudanças ocorreram, os velhos cinemas que resistiam à pornografia cheiravam a desinfetante barato, os tapetes colavam nas solas dos sapatos, as poltronas rotas e as salas, em sua maioria, eram frequentados por pessoas que assediavam sexualmente na cara dura. Quase todas as noites nos bares das esquinas eu testemunhava uma briga, eram casais ou bêbados trocando socos e pontapés.
Se eu acreditasse em fantasmas, diria que as noites paulistas estavam infestadas deles. Espíritos uivando em agonia levadas pelos noturnos ventos frios. Almas do Joelma, do Andraus e inúmeras outras tragédias que testemunhei ou ouvi falar.
Tudo isso, de alguma forma serviu de estofo para meus quadrinhos, para criar meu universo antropomorfo, onde o protagonista, um gato mestiço, tem que lutar diariamente por sua sobrevivência e - porque não? - e sanidade. Pouco lido e compreendido, ignorado quase completamente.
E o tempo se esgota, para mim e, consequentemente, para ele. A sinfonia da vida antes comprometidas com extáticas e/ou sujeira nos sulcos agora executa notas dissonantes, confusas, mostrando finalmente que não há saída deste labirinto. Só resta tatear por suas paredes frias esperando não encontrar a inevitável besta devoradora que se espreita em algum aposento, em alguma esquina.

Nos encontraremos aqui semana que vem? DEUS SABE.
Por favor, cuidem-se!







 

FAMOUS MONSTER DE VOLTA, COM FREDDIE KRUEGER! E TAMBÉM UM RESUMO DE COMO VOLTEI PARA BRASÍLIA EM 1983.

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Eu estava animado para fazer as releituras dos personagens da Hanna Barbera e de repente o pique foi pras picas, não sei dizer exatamente o porque..... rabisquei Os Impossíveis no meu estilo e não funcionou, não saí dos traços preliminares, não deu vontade de continuar, isso acontece as vezes; portanto, Homem Pássaro, Herculóides, Falcão Azul, Bionicão e outros terão que hibernar até que eu me sinta inspirado de novo. Penso em dar minha visão para o He-Man e os habitantes de Etérnia, mas não agora. Em compensação senti compulsão para voltar à minha série de Famous Monster. E o retorno se dá com mister Freddie de A Hora do Pesadelo. Meu foco nas artes pessoais, além da HQ Zé Gatão - Siroco, será em tipos como a Múmia, Criatura da Lagoa Negra, Elvira, A Raínha das Trevas e etc. Aguardem! 


Em 1983, depois de amargar uns anos infrutíferos no Rio de Janeiro, resolvi voltar para casa dos meus pais em Brasília. Resisti a isso enquanto pude na esperança de alguma coisa na minha vida desse certo e eu não retornasse como um completo fracassado. Joguei a toalha, um pouco mais e eu me perderia de vez, talvez até a própria vida (rumava para isto, não é exagero!).
A relação com a mãe da minha filha fora um desastre completo desde o início, e ali, no interior da chamada cidade maravilhosa eu me dei conta de que um ciclo em minha vida estava encerrado, insistir mais seria perpetuar a agonia.
Algumas pessoas podem pensar assim: se esse cara se diz cristão, como se queixa ele tanto? Onde está o Deus que ele diz confiar? Eu respondo, ser cristão é viver de certo modo como peregrino em terra estranha e isso faz sofrer, eu não era inclinado a verbalizar minhas queixas (salvo de forma subliminar em meus quadrinhos) até me sentir a vontade para comunicar neste blog. Muitos tampam o sol com a peneira, outros acham que Deus é uma espécie de garçom que, se você orar, Ele trás as bençãos em uma bandeja dourada. Nossa pátria não é deste mundo, esperamos pelo que Ele prometeu, até lá temos que combater o bom combate. Eu sempre fui um tanto rebelde e optei por não mascarar a realidade da minha vida. O que preciso para viver Jesus me dá em boa medida, afinal, consigo pagar minhas contas e sustentar família com meus desenhos, coisa que gente bem mais capacitada não consegue e, não nego, tenho mãe e irmãos que sempre me socorrem quando a água me chega no pescoço e isto é mais uma benção de Deus.
Eu estava assim no Rio de Janeiro, tinha tv, muitos livros, discos e um som, morando num lugar onde não era bem vindo, sem nenhum dinheiro para fazer minha mudança de um estado para outro, até numa certa manhã, indo a uma feira que tinha semanalmente no centro de Paty do Alferes, o Senhor me  deu a solução. Eu usava uma jaqueta do meu antigo colégio em Brasília, onde fiz o primeiro ano do segundo grau (que era como se chamava na época, hoje é conhecido como ensino médio) e um rapaz que trabalhava por ali, me chamou:
"Ei cara, você é de Brasília?"
"Vim de lá."
"Eu morei um tempo em Brasília."
Bem, entabulamos um papo rápido sobre a Capital Federal e fiquei sabendo que ele estava se separando da esposa e tencionava procurar trabalho no Planalto Central, voltaria dirigindo sua Kombi
e procurava alguém que pudesse acompanhá-lo na viagem. Mãos procurando umas luvas e eu me adequava perfeitamente. Não titubeei, perguntei se ele não transportaria minhas coisas no seu veículo, eu seria a companhia que ele procurava para a locomoção e ainda daria uma grana (minhas últimas reservas) para ele. Claro que ele topou. Marcamos tudo para a semana seguinte.

A separação entre eu e Luci foi sofrida, daria um livro, eu queria ter liberdade e coragem para dar os detalhes, mas não posso.

Não lembro o nome do rapaz da Kombi, infelizmente, recordo que em Paty ele era conhecido como Ruço (ou seria Russo?). Em São Paulo, alguém com pele e cabelos claros ganha a alcunha de "alemão", no interior do estado do Rio era "russo". 
Eu e o Ruço - vou escrever assim porque acho que ele se parece mais com Ruço do que com russo, não sei se vocês me entendem - ganhamos a estrada em uma noite bem fria no fim de julho, ou início de agosto, não lembro bem, do ano de 1983. Eu deixava para trás sonhos de juventude e meu coração aos pedaços. Eu realmente amei aquela mulher.

Pretendo continuar este relato semana  que vem, se Deus permitir.




 






     

Article 18

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DIA 24/12/2017, A TRISTEZA DEVORA MINHA ALMA. COM MUITO CUSTO EU SEGURO MINHAS LÁGRIMAS. TENTO FAZER COM QUE TUDO PAREÇA BEM. ACHO QUE CONSIGO DISFARÇAR A DEPRESSÃO.

SOLIDÃO PROFUNDA.

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HOJE É UM DAQUELES TEMPOS ONDE A DEPRESSÃO BATE MUITO FORTE E ME LANÇA POR TERRA. SEUS TENTÁCULOS REVOLVEM MINHAS ENTRANHAS E CAUSAM UMA TRISTEZA AVASSALADORA. FOSSE POSSÍVEL, EU FECHARIA MEUS OLHOS E NÃO ACORDARIA NUNCA MAIS.

UMA SAUDADE PODEROSA, MEU DEUS, DE MINHA MÃE E MEUS IRMÃOS!

UM DIA, QUEM SABE?

AMOR POR ANEXINS E OUTROS CONTOS (03).

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Caríssimos e caríssimas, boa noite!
O pouco tempo de hoje não me permite uma postagem mais longa, certas memórias terão que ficar para a semana que vem ou ainda, além. Veremos.

Mas para não dizer que não há nem um registro do meu passado, hoje, nem sei porque*, me lembrei de algo que nunca mais tinha me ocorrido, durante o tempo que morei no Rio de Janeiro, para ganhar uma grana extra eu pintei emblemas de time de futebol, eram uns quadros executados a guache sobre papel camurça preto, dava um efeito interessante, cheguei inclusive pintar paisagens, cavalos e temas religiosos com  esta técnica para vender aos domingos em feiras de arte nas praças da Cidade Maravilhosa (para mim nunca teve nada de maravilhosa).
Os emblemas dos clubes de futebol faziam sucesso, eu sempre tinha encomenda e cobrava um preço legal, tem muito fanático por time no Rio, acho que em São Paulo também, mas nunca fiz de um time paulista, pelo menos não que eu me lembre. Fazer o Flamengo e o Vasco não era problema, complicado era o do Fluminense, pelo menos demorava mais. Pena que não ficou nenhum registro, sequer uma foto, destas minhas incursões. Rememorando hoje, parece que foi uma outra vida.


A arte de hoje é mais uma imagem do livro de contos do Artur Azevedo.

Beijos a todos e até a próxima, querendo Deus!

*Já li várias vezes a aplicação do "PORQUE" junto e separado, com acento e sem acento e nunca me lembro, então, me perdoem.
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