Eu fui um leitor voraz em minha juventude. Desde cedo gostei de ler. Claro, não lia de tudo, existem narrativas muito pesadas para um infante, os clássicos da literatura brasileira mesmo eu só fui gostar depois de adulto - ainda tenho péssimas lembranças de O Guarani, de José de Alencar, que tive que ler em um fim de semana para fazer uma prova de literatura na sétima série - mas alguns livros de Júlio Verne, H G Wells e H P Lovecraft ainda ecoam em minha memória, eu os li a muitos anos mas Miguel Strogoff, O Homem Invisível e Ar Frio ainda me lembro de cada palavra.
Existem livros que me marcaram muito na infância: "Doidinho", de José Lins do Rego, "Meu Pé de Laranja Lima" de José Mauro de Vasconcelos e "OLhai Os Lírios Do Campo" de Érico Veríssimo.
Na fim da década de 70, no Rio de Janeiro, os livros velhos dos sebos foram como botes que me ajudaram a atravessar as águas tortuosas daqueles dias: os contos do Poe, Madame Bovary, de Flaubert, Tragédias, Sonetos e Comédia, de Shakespeare, alguns da Agatha Christie e vários livros contemporâneos que a editora Abril lançava naqueles tempos, coisas como O Poderoso Chefão, de Mário Puzo, Papillon, de Henri Charrière, Love Story, O Dia do Chacal e muitos outros.
Foi por este tempo que li os clássicos do gótico, Drácula e Frankenstein. O Médico e o Monstro só li recentemente.
Na década de 80 me apaixonei por Dostoievski, Tchekov e Charles Bukowski. Mas a medida que fui envelhecendo, as responsabilidades foram aumentando e meu tempo diminuindo, meu ritmo desacelerou.
Continuei a comprar livros e muitos ainda estão aguardando ser abertos. Hoje, quando muito, leio uma ou duas páginas de um romance por dia; um capítulo inteiro é muito raro. Resolvi reler As 1001 Noites o ano passado e só hoje acabei o primeiro volume. Mas eu prossigo devagar, lendo meus livros, esses bons amigos de todas as horas.
Queria muito ter lido os pulps das décadas de 30, 40 e 50, mas naquele período específico. Deve ter sido emocionante para as pessoas daqueles tempos. Ainda cheguei a pegar algumas novelas de rádio, na infância e digo: havia muita emoção naquilo!
Este texto é o pano de fundo para esses estudos que foi uma encomenda de Doc Savage, O Homem de Bronze, que teve seu momento áureo durante os anos 30 nos pulps americanos.