Amadas e amados, esta foi uma semana de dar nó em pingo d´agua, desenhando de manhã, tarde e a noite até altas horas, para receber na semana que vem e quitar as contas que já vão vencendo, e ainda continuo na linha de tiro, afinal a capa do livro, que sempre deixo por último, ainda está em desenvolvimento, desta forma não pude voltar aqui para deixar este nosso espaço atualizado, tanto que 30 de janeiro último (dia do quadrinho nacional) não consegui comentar nada aqui, bem que tentei, mas não foi possível criar nada que estivesse à altura que a data merece.
E é importante comemorar, os quadrinhos brasileiros hoje estão entre os melhores do mundo, e afirmo isto sem ufanismo ou medo do exagero, pois observo a miríade de publicações tanto em editoras de peso quanto em lançamentos independentes, com uma infinidade de estilos distintos, que vão desde um traço primal às linhas mais acadêmicas. O legal é o que encontramos no meio entre os dois, trabalhos peculiares em técnicas das mais variadas. E isto vem tomando corpo já alguns anos. Eu afirmaria sem medo de errar que rivalizamos com os argentinos - se não os superamos - ignoro, pra ser sincero, como anda o quadro das artes sequenciais por aquelas bandas, mas no passado eles foram muito influentes.
Hoje, na prateleira de uma grande livraria, encontramos uma obra de Nestablo Ramos Neto ao lado de Gustavo Duarte, Bira Dantas ou Marcatti. Poderia dar muito mais exemplos aqui, mas seria chover no molhado; temos ótimas adaptações de obras literárias correndo no mesmo páreo com argumentos originais, São roteiros, artes e cores que em nada fica a dever aos europeus e americanos (os japoneses, eu prefiro não comentar agora).
As estrelas do momento que publicam seus trabalhos no mercado externo e tem recebido respeito da mídia, prêmios e vivem hoje só desta profissão é uma outra história.
Esta foi a semente plantada por pessoas como Flávio Colin, Shimamoto, Zalla, Collonese, Franco de Rosa, Mozart Couto, Watson, Emir Ribeiro, Arthur Garcia, Seabra e muitos outros. No momento os batalhadores nas trincheiras vão desde Lancelott Martins, Marko Ajdaric, Lorde Lobo aos rapazes da PADA ou do Rascunho Studio, entre tantos.
No campo de batalha temos personagens carismáticos como a Valkíria, criação de outros dois grandes batalhadores, Alex Mir e Alex Genaro. Com certeza ela logo brilhará para o grande público. Esmero para isto não falta por parte dos criadores. A imagem de hoje é minha visão pessoal sobre a personagem. Para conhece-la melhor: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.348190525201747.81826.348039615216838&type=1
Se tudo isto que falei irá sedimentar um mercado forte é uma incógnita, afinal, há tanta coisa ainda pra ser conquistada, nesta e em outras áreas, como a erradicação do analfabetismo, da miséria em muitas regiões brasileiras, ao gosto pela leitura entre os jovens, uma melhora substancial no salário do brasileiro (sim, pois já notei que com mais grana se gasta mais com gibi, também).
Ontem, os quadrinhos tinham que lutar contra o preconceito, hoje tem que batalhar para ser um forte propulsor da imaginação e fantasia, ao lado de games e seus congêneres. Os festivais pipocam nos quatro cantos do país, as hqs evoluíram, o cinema, cada dia mais inócuo e repetitivo bebe de sua fonte mais que nunca, então é continuar a batalha para não deixar a peteca cair.