"EU COSTUMAVA ME PERGUNTAR SE ELES GOSTAVAM DE MIM, HOJE ME PERGUNTO SE GOSTO DELES"
Não tenho o hábito de assistir esses programas de fim de tarde que tratam do lado mais cruel da vida: roubos, assassinatos e desaparecimentos. No entanto eu passava diante da tv ligada e um rosto me chamou a atenção, comecei a ouvir a notícia. Tratava-se de uma senhora que sumiu de casa, abandonou tudo para não ter mais que aturar a filha que fazia da vida dela um inferno. Brigas, agressões físicas e ameaças de morte. Ela não teve saída senão sair com a roupa do corpo e tentar recomeçar em algum lugar.
Eu fico pensando: "Meu Deus, quantas vidas arruinadas!" Para quê? Porque sempre essa imposição? Essa supremacia do mais novo e mais forte sobre o mais velho? Esses tiranetes da vida cotidiana não pensam que amanhã pode ser a vez deles? Ficarão velhos, doentes e indefesos. Imagino que eles pensam que viverão para sempre. É atribuído a Ninrod a frase: "não há animal que não possa ser caçado, nem homem que não possa ser morto". Isso resume muita coisa, mesmo o valente que proferiu tal fala, há muito seus ossos viraram poeira.
Imagino os ex-combatentes de guerra que não conseguem dormir a noite, assombrados que são pelos fantasmas dos horrores que testemunharam, eles não vivem, apenas existem. Me identifico. Todos temos nossas guerras particulares no dia-a-dia. Acho triste isso. Sinto dó das mulheres que não conseguem se livrar dos maridos violentos.
Não é novidade o que digo hoje, muito disso já está explanado nas HQs do Zé Gatão, a solidão, o medo, a saudade, a impotência ante o destino inexorável, a ausência de um lugar seguro e aprazível para sentir o sol, o mar, o beijo do vento fresco, as suaves gotas da chuva numa tarde outonal.
Quando sinto vontade de morrer eu dobro os meus joelhos e falo com Jesus e me revigoro.
Quando a depressão toma conta de tudo eu tento entrar no túnel do tempo através da música e busco nas melodias um recanto onde posso me encolher e me esconder da tristeza.
Hoje, com raríssimas exceções, não fazem mais músicas que prestem. Divido com vocês, meus queridos leitores(as) e amigos(as) dois momentos distintos do meu passado.
Beijos e fiquem todos com Deus!