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Channel: A ARTE DE EDUARDO SCHLOESSER
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SEM O BRILHO DE OUTRORA

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 O que escrever aqui para manter a brasa, a pequenina brasa deste blog acesa, foi algo que me incomodou durante alguns dias, eu sentava diante do computador com muitas coisas girando em minha cabeça mas as palavras não vinham, inclusive tenciono cometer um novo conto mas o tempo reduzidíssimo não me permite concentração. Talvez o bom tempo tenha passado, artes, escrita, algum projeto de pseudo felicidade, tudo parece ter ficado para trás, nada há mais de relevante para falar. Seria bom dividir com vocês mais alguns fatos pitorescos do meu passado mas acho que o momento não é bom, seria forçar uma situação e as letras não fluiriam espontaneamente, então melhor esperar, quem sabe, um raio de sol inspirador furar as nuvens escuras da depressão para assim voltar a falar sobre algum acontecimento relevante que fez alguma diferença na minha forma de ver o mundo e como ela corporificou artisticamente. 

Falando em nuvens escuras, esse mês de Julho foi legal, choveu muito trazendo um frescor inédito neste estado do nordeste, diria até que fez frio, algumas manhãs fui saudado por um tempo nublado, quase escuro, sem chuvas, e minha alma encontrou identificação. Claro, para contrapor, o aguaceiro frequente desabrochou mosquitos em profusão, mas foi para isto que criaram os repelentes, né? No entanto o calor, este inimigo - meu, pelo menos - já ensaia seu retorno tirânico, como se dissesse: aguarde, Dudu, você não perde por esperar! 

Vivo com se tivesse uma arma apontada para minha cabeça, o dedo suado pode apertar o gatilho a qualquer momento, os mais próximos a mim sabem do que falo. Será que um dia me verei livre dessa situação?

Meus trabalhos continuam, RASTREADORES DE ALGURES, MITOS GREGOS e aquele que envolve um filme de cinema do qual ainda não posso falar a respeito. Os traços saem quase naturalmente e eu deveria me sentir satisfeito mas não sei como categorizar o que faço. Não consigo afirmar se é underground (na falta de uma palavra melhor), uma coisa é bem clara, está longe de ser aquilo que chamam de mainstream - tanto o que fazem nos EUA ou na Europa - e sei lá se isso é bom ou ruim. Eu enfatizo esses pensamentos porque me pergunto qual a razão d´eu ainda não ter conseguido ganhar grana com isso, falo grana de verdade, não ficar milionário, mas para parar de pedir dinheiro emprestado aos outros. Essa semana tive que vender meu único exemplar de A Vida e os Amores de Edgar Allan Poe para poder completar o que faltava para pagar um boleto!

Não consigo mais fazer um desenho pessoal, há ideias mas eu mal consigo ler um capítulo de algum livro ou páginas de quadrinhos. Estou com vontade de fazer umas pinups de heroínas bem acima do peso, Mulher Maravilha, Capitã Marvel, Jean Grey, etc, no estilo Botero, só pra me divertir, mas me falta o tempo e cabeça fleumática suficiente.   

Eu me sinto cansado, pesado. A saudade da minha mãe e do Gil roubou aquela velha chama criadora que me fazia experimentar traços e cores, mergulhar fundo sem me importar a quem agradaria. Olho em volta de mim, respiro, miro em frente e continuo na jornada, sustentado apenas pelas poderosas mãos de Jesus, Senhor e Salvador.

Sobre os desenhos de hoje, foram criados pelo Celso Moraes, um amigo muito gentil que tem um canal no You Tube chamado Cultmix, onde ele posta uns vídeos muito legais, são curtos e bem divertidos, falando sobre quadrinhos, cinema, com curiosidades bem interessantes. Faço merchand para ele porque ele merece, se inscrevam e curtam (https://www.youtube.com/user/MrCelsomoraes). Nessas artes ele coloca o Zé Gatão contra o Blacksad em dois ambientes diferentes. 

O meu felino é uma espécie de primo pobre dos gatos antropomorfos que se destacaram nessa mídia (Leão Negro, Félix, Krazy Kat, Fritz, Omaha, Garfield e, claro, o próprio Blacksad) e eu fico contente que um cara como o Celso, que conhece bem o universo das HQs, se lembre do Zé Gatão. Obrigado mais uma vez, meu caro! Claro que você foi diplomático e colocou os dois em pé de igualdade, embora saibamos que o mestiço de lince daria uma surra titânica no gato preto espanhol.

Beijos a todos e eu espero estar mais inspirado numa próxima postagem.


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