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Channel: A ARTE DE EDUARDO SCHLOESSER
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DIAS BRANCOS.

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 O clima hoje está ameno.
Este ano as chuvas demoraram pra chegar, e não vieram com força total, alagando tudo, causando transtornos, como é normal por aqui. Estava um calor tão intenso que o suor que corria da cabeça trazido pelos fios dos cabelos se depositava desconfortavelmente nas conchas das orelhas. Finalmente as chuvas chegaram trazendo brisa e umidade, mas tal qual um amigo esperado a tanto, passou apenas para dar um oi, fingiu pressa e partiu, deixando um sol tímido, mas prometendo vingança.

São dez e meia e preciso desenhar uma lápide com umas inscrições. O desenho não quer sair, se agarrou às paredes da minha mente e se nega a aparecer no papel. Logo um desenho tão simples. Isto acontece as vezes. Me irrita, me faz perder tempo - e vai aí um segredo, por mais que eu tente, sou péssimo para desenhar letras. Minha opção nestas horas é ignorar o problema por um tempo. Algumas ideias são como mula teimosa, ou criança birrenta, deixe-a de lado um tanto e ela não pensará que é o centro das coisas e facilitará sua vida. Pelo menos espero.
Quase sempre, quando isto acontece, escondo a borracha, pego um papel e começo a riscar sem planejar o que vai sair. Gosto de canetas nanquim de ponta grossa, lápis de cor, esferográficas ou que der na cabeça no momento.

Dia destes aconteceu a mesma coisa e saíram os desenhos postados hoje.

Bom fim de semana a todos.


SEGUNDA MOLHADONA.

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 Bom dia a todos.
Estas ilustrações foram criadas para alguma obra clássica que não consigo me recordar qual é. Depois de um tempo parei de catalogar. É tanto o que fazer e pensar que vou deixando pra depois, daí me esqueço e quando procuro algo para postar aqui quase sempre me deparo com desenhos que não tenho a menor ideia para qual livro foram criados. Só saberei quando os livros impressos me forem entregues, não sei quanto tempo isto ainda vai levar. Mas que importa?
Hoje chove bastante. A segunda começou bem, graças a Deus.
Boa semana a todos.



A GRANDE FESTA.

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Dia destes trocava umas ideias com um amigo virtual sobre o que penso do atual mercado de hqs no Brasil. Nada novo. Continuo pensando que não há mercado algum, o que temos são uns bons artistas com muito gaz para publicar suas histórias, encontrar uma casa para suas criações ambicionando vender bastante, viver de escrever e desenhar quadrinhos, ter uma legião de fãs, assinar muitos álbuns e serem endeusados por uns tantos que por sua vez também almejam o mesmo espaço no pico do cume.
Todos nós, artistas gráficos de qualquer lugar do planeta, sonha ou já sonhou com isto. Nada de mal, penso que é um dever lutar para a realização dos objetivos. Sempre que sou indagado sobre como se chegar lá, eu respondo que não sei, porque simplesmente não sei onde "é lá", nunca cheguei lá, esta é que é a verdade. Meus álbuns de hq não vendem bem, "nobody cares", por que negar? Os materiais didáticos já tem uma melhor aceitação, porque há na verdade um monte de gente querendo aprender o ofício, mesmo que isto não gere uma nova geração de leitores do material nacional. Completando minha resposta, digo para estudarem muito, assimilar de tudo e ter sua própria identidade.

Temos hoje vários artistas fabulosos publicando aqui e lá fora, malharam um bocado e lutaram o mesmo tanto para levar suas criações aos que poderiam faze-las chegar ao grande publico. Alguns levam 10, 20 anos, outros menos tempo, outros ainda, tempo algum. Eu diria que uma grana a mais ajuda bastante, afinal te dá acesso a bons materiais, te leva a lugares onde o mercado resiste e cá pra nós, o mundo trata melhor aquele que é mais afortunado financeiramente. Poderíamos dizer que é o caso da sorte aliada ao talento. Num país como o nosso, tão atrasado ainda em muitas áreas, temos que nos contentar com a força de vontade na maioria das vezes.

O que temos no final das contas? É notório que a coisa teve avanços significativos, pois quando eu comecei a trilhar este caminho, não haviam auto-publicações, não tínhamos álbuns de hq alternativas, o Marcatti publicava ele mesmo suas revistas e levava aos pontos de venda, que não eram muitos, álbuns de lombada quadrada de autor? Talvez alguma coisa do Mutarelli. Em 1997 editei eu mesmo o primeiro livro de Zé Gatão nos moldes dos álbuns europeus com temática semelhante aos da finada El Víbora. Demorou um bocado pra ele ser assimilado, e até hoje acho que não foi, penso que o público ainda é muito viciado, mas não quero falar disto de novo.
Hoje em dia os quadrinhos ganharam status de cult, conquistaram espaços nas livrarias conceituadas (embora este fato tenha restringido boa parte do público), editoras de peso criam selos para publicar o que elas pensam ser o fino da bossa, tanto daqui como de fora. Festivais pipocam aqui e acolá, e vemos surgir vários talentos. Assemelho a uma grande festa com uma mesa farta. No entanto os convidados ainda são poucos. Existe uma fatia para todos do bolo, mas infelizmente poucos degustam, o que sobra se perde nos intermináveis ciclos que vão sucedendo de tempos em tempos.
Porque ocorre isso? Eu pensava saber a resposta, mas não creio que possa ser tão simples. Há mais falhas na engrenagem do que ouso imaginar. O que é certo é que num espaço muito curto de tempo, o público mudou drasticamente, se antes as hqs eram janelas para os voos de imaginação, hoje ela tem de lutar com outras mídias principalmente os videogames.

Hoje em dia recebo convites para "a festa", me pedem imagens para exposições, histórias em quadrinhos para e-books a serem comercializadas lá fora e criações novas para publicações que vão surgindo no cenário nacional. Grana? É sempre um assunto delicado, afinal todos os bem intencionados que me fazem os convites também estão tentando se estabelecer, é sempre a questão da tentativa, tentar fazer a nave decolar. Por isto sempre questiono quando se fala de "mercado".
Colaboro na maioria das vezes, fico lisonjeado por ser lembrado, mas a verdade é que não tenho a mesma energia de outrora, hoje tenho que lutar para continuar pagando minhas contas com meus desenhos, há uns problemas de saúde que não ajudam, daí, não consigo mais sentir tanto entusiasmo. Mesmo assim coloco a minha melhor roupa e sigo para "a festa". Nenhuma limusine vem me pegar, por isto ainda espero aquele ônibus que não tem hora certa para aparecer.

FAMOUS MONSTER ( 01 )

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Já faz um bom tempo que tenho vontade de homenagear os famosos monstros do cinema, mas confesso a vocês que andava um tanto preguiçoso. Na verdade estas minhas séries de desenho que invento vez ou outra é uma forma de descansar a mente dos trabalhos que me são impostos para ganhar o meu pão, daí que quase sempre eu vou postergando a execução.
Por exemplo, tem umas sequências de imagens na minha mente que estão me perturbando para sair, intitulado, "O CAOS". Como é um trabalho que envolve imagens de violência com cores mais vibrantes, de pinceladas grossas, sem um esboço prévio, vou adiando, esperando o momento certo, mesmo sabendo que este momento nunca chegará. É pegar os materiais e tacar tudo no papel, ou tela, e ver o que vai dar.

Mas chegou a vez dos monstros.

Fiquem aqui com minha visão de Boris Karloff, vivendo mais uma vez o papel de criatura de Victor Frankenstein.

So long.



JOHNNY RAMONE.

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 A sexta feira amanheceu assim: nublada, mas com uma claridade estranha. Havia luz demais, embora grossas gotas de chuva tamborilassem na janela. Logo ficou escuro e o fragor aumentou de intensidade. Afastei as cortinas para observar a chuva. Adoro este tempo quando estou em casa. No horizonte, em direção a Lagoa do Náutico, o céu estava claro, de um azul límpido. No extremo oposto os ventos fortes traziam da praia uma profusão de nuvens apocalípticas cor de chumbo. Tão logo a tempestade passou a luminosidade do sol se fez presente com todo a sua intensidade. Não demorou e tudo escureceu de novo. Um forte aguaceiro castigou a região. Isto tudo no espaço entre meu banho frio e o café da manhã.
Agora, sentado em meu estúdio, nem sei como está o tempo lá fora. Nublado e sem chuva, espero, pois daqui mais um tempo terei que sair para as coisas que nunca me agradam, mas que se fazem necessárias.

Mais uma semana que passou assustadoramente rápida. Um Johnny Ramone feito furiosamente com caneta esferográfica azul de uma tacada só para fecha-la.

Nice weekend a todos e até a próxima, quem sabe. 

UM POUCO MAIS DE MACHADO.

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Na sexta feira que passou fui novamente fazer um daqueles meus exames chatos num lugar longe pra cacete. No ônibus haviam lugares pra sentar, mas todos eles do lado onde bate o sol, e o astro rei daqui é de rachar! Como haviam nuvens prometendo chuva resolvi me sentar. Na altura de Piedade, um bairro bem próximo da onde moro, subiu uma negra com uma maquiagem berrante, tinha uma perna de pau, fedia a cigarro e se sentou ao meu lado, havia um guri com ela, devia ser seu filho.
Choveu. Em seguida o sol varreu as lágrimas do céu com fúria homicida.
Como sempre, o ônibus empacou na praia de Boa Viagem. Na boa, deve haver alguma espécie de maldição naquele lugar, porque não importa a hora do dia ou da noite os veículos ficam atravancados naquele trecho. Consultei meu relógio e pensei, "não importa que horas eu saia de casa", sempre chegarei atrasado aos meus compromissos", logo eu que procuro ser pontual.
Como por milagre, ao sair daquela avenida, o ônibus avançou livre como um cavalo louco numa planície. De repente ele parou. Achei que havia quebrado ou sei lá o quê, mas não, era apenas o motorista que foi atender ao celular e ali ficou por intermináveis minutos. Os passageiros começaram a se manifestar em uníssono: "vamos lá motorista, todos temos horários a cumprir!" "Vamos lá motorista, vamos embora!" Tá sacanagem, seu puto?" e coisas tais. Mas ele parecia surdo aos apelos. Acho que ficamos parados ali uns dez minutos, senão mais. Eu via a hora de alguém agredir o cara. Por fim, ele deu a partida e saímos.
Cheguei à clinica no horário certo.


Tomar a condução de volta naquele horário é caixão, mas fazer o quê? Nos semáforos eu via esses coitados, só pele e osso, limpando para-brisas com aquela água barrenta e me perguntando o que era mais difícil, sentar a bunda na cadeira de um grupo escolar e estudar ou aprender a fazer malabarismo com fogo? Certa vez, vi um coitado de um garoto plantando bananeira e caiu de boca no chão, sinceramente eu queria ter dado um trocado a ele por ter me provocado tantas gargalhadas. Sadismo da minha parte? Admito. Atire a primeira pedra aquele que não tiver pecado. Sinceramente, sei que cada caso é um caso, todos temos nossas histórias tristes, mas posso afirmar que boa parte dos que ali estão não querem saber de estudo. O ser humano é difícil, ele quer ter liberdade e controle sobre seu destino mas não quer pagar o preço por suas escolhas. Prefere culpar o governo ou a sociedade burguesa por seus fracassos, essa é que é a verdade.
Tive um amigo de infância a quem estimava muito e tentei faze-lo tomar gosto pelos livros, mas o cara reclamava que eu era um tirano, os livros o faziam ter dor de cabeça. Ele só ouvia merda, procurei apresentar-lhe coisas como Belchior, Chico Buarque, Zé Ramalho e coisas do tipo, mas foi inútil.
Ao fazer meu estágio durante a faculdade, monitorei professores de arte e vi como a coisa é complicada. E olhem que naquela época os alunos não batiam nos professores, mas não havia respeito algum, a maior parte da petizada só queria saber de bagunça. Falo sério, a coisa era preocupante, a tragédia que se vê hoje começou a quarenta, trinta anos atrás. Um banana como eu não tinha a menor chance. Certo dia um professor faltou e tive que assumir sozinho, foi um dos piores dias de minha vida! Sabem, não nasci para ser policia de ninguém. Não tenho autoridade sobre quem quer que seja, há quem ache isso legal, eu sempre quis ficar na minha, fazendo meu trabalho em paz. Lidar com as pessoas, principalmente na faze de pré-adolescência é meu pior pesadelo.


O que estou lendo?
Uns contos de Conan Doyle e um livrão lançado pela Mithos sobre o Alan Moore.

Gibis?
Depois de tanto tempo sem ler super-heróis tô curtindo X-men x Vingadores e Juiz Dredd Magazine.

O que estou ouvindo?
David Bowie da década de 70, e obras imortais de Albert Ketelbey.

O que estou assistindo?
Séries de TV. Acabamos a sétima temporada de "Dexter" e Continuamos com "Guerra dos Tronos". Verônica gosta de "Revenge" e estou acompanhando-a.


Os desenhos e esboços de hoje são do romance "Casa Velha" de Machado de Assis.




Au revoir.

FAMOUS MONSTER ( 02 )

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O Massacre Da Serra Elétrica para mim ainda permanece como um dos mais terríveis filmes de terror de todos os tempos. Muito já se falou sobre esta película, saiu até um livro sobre o mesmo recentemente, por isto não vou comenta-lo de forma aprofundada, mas não dá pra não citar que o diretor Tobe Hooper conseguiu o máximo usando o mínimo e criando um..... bem, poderíamos chamar de factóide? Que seja. Divulgando que o filme foi baseado em fatos reais acontecidos no Texas, deu a ele uma maior aura de bizarrice. Na verdade tudo ali é fictício, o filme praticamente não tem história ou motivação pra tanta insanidade, mas tudo é tão competentemente realizado que nada disso importa. Os planos fechados e os jogos de luz e sombra minimizam as possíveis deficiências que ele possa ter no quesito "efeitos de maquiagem". Possuo ele em casa e quando o assisto a sensação de desespero ainda é igual mesmo após tantos anos. Coisa de gênio.
Assisti a primeira vez numa cópia pirata em VHS nos anos 80, mas antes disso eu já tinho ido no cinema pra ver uma continuação muito fraca com o Dennis Hoper.
Os repetidos remakes são pastiches grotescos. O melhorzinho ainda é um que serve de prelúdio para o clássico de Hooper que tem o título de " O Massacre Da Serra Elétrica - O Início", mas não se compara nem de longe ao original.


Por isto, hoje vai aí minha modesta homenagem a um dos mais emblemáticos monstros do cinema, minha versão pessoal de LEATHERFACE, mas tinha que ser inspirado pelo Gunnar Hansen, o ator do filme original. Tem um aspecto simióide, né? Mas é como eu o vejo.

Nosferatu será o próximo.
Até lá.

SEM TEMPO PARA ASSUNTAR.

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Bom dia, caríssimos e caríssimas.
Muito a dizer, mas sem inspiração para tanto. Muitas coisas com o que me ocupar no momento.


Mas ficam aqui duas artes para começar a semana.
Eu as criei faz um bom tempo e se a memória não me trai, fazem parte de uns contos de Humberto de Campos. Trata-se dos azares pelos quais passam os protagonistas, cada um na sua respectiva história.


Beijos a todos e a gente vai se falando oportunamente.

VELOCIDADE.

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As vezes procurando algumas artes no meio da minha bagunça encontro algum desenho esquecido, perdido, como certas lembranças. O curioso é que o que geralmente procuro de fato não consigo achar. Caras, isso é muito foda! Outro dia precisava de um livro para uma referência e nada de encontra-lo. Na minha memória a ultima vez que o tinha visto ele estava num ponto bem ao meu lado. Frustrado, deixei pra lá, me virei como pude, até que o achei por acaso, sem querer, quando já não precisava mais dele. Acontece comigo com muita frequência. Prometo a mim mesmo me organizar mais, mas qual o quê. Coisas da vida de todos nós.

Na verdade era pra eu ter postado ontem mais uma arte da minha série Famous Monster, mas não consegui finaliza-lo. Vai ter que ficar para a semana que vem, se nada der errado. Fiquem aqui com este desenho bobo, perdido entre tantos outros. Se não me engano ele deveria ter feito parte de um álbum de anatomia, algo relacionado a movimento, mas acabou ficando de fora.


Estou tentando deixar este blog atualizado com pelo menos duas artes por semana, no mínimo, já que não disponho de concentração para textos mais longos.

Nos vemos semana que vem? Eu espero vocês, se Deus assim o permitir.

CEFALÉIA.

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Se alguém me perguntar o que mais odeio além dos insetos, eu responderia que é dormir mal e comer pessimamente. Acho horrível uma noite mal dormida, sinto dores de cabeça, olhos irritados, uma moleza que tira a vontade de produzir.
Me lembro muito bem o melhor bolo que já comi, foi no casamento do Gil, meu irmão, em contrapartida não dá pra esquecer o pior, foi numa festa de aniversário de uma amiga de minha mãe.
Comer bem e dormir bem é um prazer do qual nunca abro mão quando me é possível. Esta é uma das razões pela qual não gosto de dormir fora de casa.
Felizmente, Deus me abençoou com uma companheira extremamente  asseada e excelente cozinheira. Ela esta sempre pesquisando temperos diferentes e novas receitas, nunca faço sugestão de cardápio, mas jamais me desaponto. Não há sal nem gordura em demasia, bebemos pouco refrigerante e sobremesas geralmente aos domingos, e olhe lá. Pelo qua já descrevi de minha rotina, vocês podem deduzir que não somos glutões e nos alimentamos nos horários devidos. Odiamos álcool e cigarro. No entanto, ambos, fomos ao cardiologista para exames de rotina e estamos com a pressão alta. Ela talvez justifique, porque apesar de estar com o peso proporcional à sua altura, há anos toma medicação para o problema de hipotiroidismo, então se o remédio não está controlando a pressão é só tomar outro que dê conta do recado. Mas no meu caso, a recomendação é trocar a medicação e voltar urgente aos exercícios, fazer dieta e tals. Aí é que a coisa pega. Não sei se isto vai funcionar comigo. Na boa, isto tudo é bonito, mas só chega lá quando a pessoa é muito disciplinada e dedicada. Minha meta é o melhor traço, cor que transmita sensações, a transmissão de ideias através de imagens em sequência.
Sempre fui um entusiasta do fisiculturismo, coisa que abandonei a muitos anos, mas mesmo no meu auge, nunca foi meu objetivo ser Mister Universo. Entendem o que quero dizer? Meu ideal de vida era estar entre os melhores no mágico mundo das artes gráficas.
Ok, nada contra os exercícios e caminhadas, mas acho que a coisa só tem eficácia com a dedicação, ou seja, tem que haver muito suor, e isso demanda uma energia mental que me faltará na hora de me sentar à prancheta. Tá certo, deve haver aquele cara que chupe cana, assobie e toque trombone ao mesmo tempo, mas não é meu caso.
Terei agora que comer legumes com o mínimo de sal, todas essas coisas, um preço bem pequeno para evitar um AVC, uma falência dos rins e todas as coisas a que está sujeita uma pessoa hipertensa. Vou avisando que não estou obeso.
Os produtos dito "lights" custam o olho da cara, meu irmão disse certa vez: é mais barato ser gordo. A verdade é que depois dos 40 a máquina começa a dar problemas. Então em nome do bom senso, vou parar um tempo todos os dias com as ilustrações e caminhar como um bom velhinho e comer saladas e legumes.
Espero que funcione, afinal o Bukowski morreu depois que parou de beber. Parece que o Poe também.

A LUNETA MÁGICA ( 01 )

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Terça escura, chuva caudalosa , isso é bom quando não se tem que sair de casa.
Passei o dia na rua ontem e o tempo estava esquisito, chovia muito e ainda assim o sol guerreava contra o temporal; eu diria que o embate ficou empatado, deixando a nós, pobres mortais, uma sensação de abafamento insuportável. Pensem em como eu devia estar engraçado chegando aos locais onde precisava resolver minhas coisas, todo ensopado e com o sol a pino.
Foi um dia cheio de fatos pitorescos, mas pouparei vocês dos meu comentários pois creio que eu soaria repetitivo. Só vou dizer que ao descer do ônibus, em meio ao burburinho, eu pisei no pé de uma velha, ela fez Aaaaaahhhhh! Fiquei mortificado e pedi desculpas, mas aí já era tarde, não dava pra rebobinar a fita. Ela balançou a cabeça afirmativamente com cara de dor, eu desci do veículo pensando em como a vida é uma merda (as vezes).

Bem, as ilustras de hoje fazem parte do livro a Luneta Mágica, do Joaquim Manoel de Macedo. O protagonista é um sujeito míope, daí tentei dar a ele aquela característica típica dos caras que forçam a vista para enxergar melhor.

Um cheiro nas gatinhas e saudações aos gatões. A gente segue se falando.


FAMOUS MONSTER ( 03 )

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O monstro famoso desta vez é um dos mais antigos do cinema, trata-se de NOSFERATU.

Desde que pus os olhos nesta personagem bizarra nunca mais esqueci, principalmente pelos dois dentes pontiagudos na frente ao invés dos caninos salientes. Outro aspecto que o diferia dos demais vampiros, é que este era careca e um tanto repulsivo, ao contrário dos chupadores de sangue de perfil sedutor tão perpetrados pelas produções hollywoodianas. Eu diria até mesmo que ele soa um tanto patético na versão de 1922, que eu só viria a assistir nos anos 90 em VHS.

Assisti primeiro ao remake de 1979 do Werner Herzog com Klaus Kinski e Isabelle Adjani num festival de terror em Brasília. Confesso não ter gostado muito na época, talvez devesse assisti-lo de novo.

A película original eu contemplaria em partes no meu velho videocassete. Admito que naqueles dias eu não estava com paciência para filmes mudos com um som de órgão ao fundo, embora reconheça a genialidade de Murnau em muitas cenas, principalmente o recurso das sombras na parede.

Para a minha versão em sanguínea, eu quis um vampiro mais hediondo.


COMO ANDAM OS QUADRINHOS?

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 No início do aguardado e temido novo milênio (poxa, isso parece tão velho agora, no entanto na minha cabeça a impressão que dá é que 2000, 2001 aconteceram a alguns meses!) os quadrinhos, esta forma tão peculiar de contar histórias, teve sua morte anunciada por muitos "experts" no assunto, deixariam de existir como o conhecemos em poucos anos, virariam peças de museus. Ainda lembro quando ouvi isto da boca de um rapaz que se dizia um grande leitor de Stephen King e de livros de ficção científica no escritório da extinta Pandora Books. Ele estava cheio de argumentos que não tenho saco para reproduzir aqui, mas certamente alguns deles até hoje sobrevivem, como o encolhimento de leitores, fato este que não dá para refutar, uma vez que hoje a criança/jovem tem outras fontes onde exercitar a imaginação, ou se preferirem, "escapar" da realidade cotidiana. O desenvolvimento ultra rápido do Vale do Silício foi o que mais contribuiu para o retraimento da forma de narrar histórias com desenhos em sequência.
O tempo mostrou que aqueles profetas estavam enganados, ouso dizer que a HQ é única forma de arte que (para o bem e para o mal) evoluiu, prova disto é que mais que nunca ela oferece matéria prima para boa parte das produções cinematográficas que vemos hoje, e não falo apenas do gênero super-heróis, Old Boy, a cultuada produção sul-coreana é oriunda de um mangá.

Como andam os quadrinhos hoje? A situação pra mim soa estranha, mas se pararmos pra pensar bem as coisas sempre andaram estranhas para este meio de comunicação.
Aqui no Brasil eu noto uma produção com qualidade cada dia mais impecável, mas que não consegue chegar a todos apesar da divulgação promovida pela internet.
A bem pouco tempo, em 2011 pra ser bem específico, o produto nacional, com ênfase na produção independente, atingiu proporções estratosféricas (eu mesmo tive dois álbuns lançados) com muitos títulos elogiados e com festivais pipocando por todo o país. Editoras, muitas delas de renome, começaram a publicar hqs e grandes livrarias abriam espaços. Era natural pensar que a coisa rolaria de vez e um mercado consolidado se faria sentir. Infelizmente não foi isto que aconteceu. E porquê? Os artistas continuam aí, famintos. Teria o público ficado tímido? Seria culpa da inflação, que embora não seja alardeada como outrora, está de novo presente em nossas vidas? Difícil dizer o motivo, ou motivos.

Fazer quadrinhos não exige muito se formos pensar em termos de material, só é necessário lápis, borracha, caneta, régua e folhas de papel. Boas ideias, energia, e técnicas narrativas são outros quinhentos. Com o básico que acabo de citar você constrói o seu mundo (algo como aquela música "Aquarela" do Toquinho), daí encontrar outros que queiram dividi-lo com você é o passo natural. Todos temos histórias para contar, sempre haverá quem esteja disposto a ouvir, então, ouso dizer que os quadrinhos não morrerão jamais. Como acertar o passo de quem cria ao de quem consome é uma questão para a qual não existe uma solução fácil. Usa-se todo tipo de recurso. Atualmente artistas (alguns até já com nome consagrado no cenário) tem recorrido ao sistema de pedir ajuda financeira aos seus (possíveis) leitores prometendo artes originais e outros bônus. Tudo isto no afã  de ver seu trabalho circulando. É válido, mas espero jamais ter que me valer deste artifício. Sonho com um mercado de fato, onde exista material de qualidade com grandes tiragens e público ávido por produto sempre presente em bancas e livrarias.
Sei lá se este dia chegará em terra brasilis, mas até lá nossos contadores de histórias seguirão, geração após geração, resistindo nas trincheiras.

A LUNETA MÁGICA ( O2 )

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AS ARTES DE HOJE SÃO PARA MANTER ESTE NOSSO ESPAÇO ATUALIZADO.



BOM FIM DE SEMANA A TODOS.

APRENDA A DESENHAR - PRIMEIROS PASSOS VOLUME 3

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Não fui informado pela editora, nem vi nas bancas ainda, achei por acaso na internet o anuncio do terceiro volume da coleção Aprenda a Desenhar, Primeiros Passos, uma publicação da Editora Criativo em parceria com a Editora Geek.

Não se trata de material inédito, mas uma compilação de vários tópicos que elaborei para as publicações da Editora Escala. Pra ser sincero nem sei se estas edições da Escala ainda estão em circulação. Tentei baixar uma imagem de capa que fosse satisfatória mas a única que consegui com melhor resolução foi esta do site da ArtCamargo.

Então, caso você queira umas dicas sobre a arte de desenhar deste vosso humilde servo é só procurar na banca mais próxima por esta nova edição.



FAMOUS MONSTER ( 04 )

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Sinceramente? Nunca gostei da série de filmes Sexta Feira 13. Sempre achei um besteirol sem tamanho. Assisti ao primeirão na casa de um amigo do meu irmão, num quarto apinhado de garotões saindo da adolescência. Sabem como é, naqueles tempos o vídeocassete ainda não estava em todos os lares, era caro pra burro, então quem tinha um fazia a festa e convidava os amigos pra se exibir. Eu era um pouco mais velho que a maioria e estava ali de penetra, afinal, o convidado era meu irmão. Era um VHS pirata, e o filme não tinha legendas. A moçada estava curtindo, alguns tiravam sarro de algumas cenas, os punheteiros sorriam maliciosamente nas cenas de casais a beira do lago ou no beliche da casa esperando a morte pelas mãos do assassino misterioso.
Posso estar enganado mas acho que Sexta Feira 13 inaugurou este tipo de situação em filmes de terror, casais bonitos, rapagões se achando os gostosões, velhos azedos toda a vida e até tipos rejeitados pelas tribos para serem estripados por um psicopata imbatível. Tudo acontecia num lugar aprazível onde no passado uma terrível tragédia se dera. As pessoas vão morrendo uma a uma, na cama, no celeiro, na cozinha e por aí vai, o assassino só aparece mesmo nos 20, 30 minutos finais, geralmente pra ser derrotado pela pessoa mais improvável. A fórmula se repetia filme após filme.
Como assisti ao primeiro, apesar de não ter gostado, quis ver as continuações. Um pior que o outro. Mas sou teimoso. Para manter a tradição eu me submeto ao tédio mortal. Era assim com a festa do Oscar, não perdia um, embora soubesse que ia ser tudo a mesma coisa. Até que um dia desisti, dei um basta, nunca mais assisti a um Oscar. Aconteceu assim com a série Sexta Feira 13, no sexto capítulo da série eu sai no meio do filme e parei de me torturar com aquilo.
Porque assisti tanto tempo? Dois motivos: um é que a partir do terceiro filme Jason, o assassino cresceu, pôs no rosto deformado uma máscara de hóquei e barbarizou de verdade. Tornou-se assim como Leatherface um ícone incontestável. Era horrível, mas não dá pra negar o carisma do personagem. Confesso que eu torcia por ele. O segundo motivo é que naqueles dias não haviam muitas opções de lazer em Brasília, sendo cinema uma coisa relativamente barata e muito ao alcance da mão, e nas salas estes filmes duravam muitas semanas.
Pra ser sincero eu gosto do Sexta Feira 13 parte 5. É considerado o pior deles, atores e produção mequetrefe, mas me surpreendeu em muitos pontos, nem tudo ali era o que parecia, gosto quando o filme não escamba para o óbvio. Mas os efeitos especiais beiravam o ridículo.
Depois Jason foi pra New York, para o espaço e sei lá mais o que, e eu não me importava mais.
Certa vez no centrão de São Paulo, sem ter opção fui ver o que prometiam ser o último pois matariam o personagem e este seria conduzido pelo mesmo diretor do primeiro filme. Outra bobagem, nem lembro do enredo. Falam que o crossover do Jason com o Freddie Krueger é interessante, mas nunca me interessou. Vi o reboot que fizeram e achei lamentável.
Gosto da figura trágica e imponente do Jason e os filmes hoje me trazem certa nostalgia dos anos 80, que - pelo menos para mim - foram bem legais.



A EMPREGADA DO ALEIJADO.

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As coisas que acontecem na minha vida. Bem, na vida de todos, não há quem não passe por uma "saia justa" vez ou outra. Não fazia tanto tempo que eu residia aqui no Jaboatão (PE) e me sentia bastante infeliz e mais uma vez, sem perspectivas; mesmo ciente das  bençãos e promessas de Deus, sou assim, um tanto inclinado à depressão, minhas artes são uma forma de escape, algo concedido por Ele para me ajudar a atravessar os desertos da vida.

A saga Zé Gatão - Memento Mori estava recém concluída e eu havia feito umas cópias em xerox para não ter que manusear os originais, encadernei a história em três tomos, pois faze-lo em um único bloco de mais de 400 páginas ficaria complicado.
Eu havia iniciado amizade com um rapaz que trabalhava numa loja de revistas na avenida próxima à praia, e vez por outra eu aparecia lá para ver as novidades e bater um papo, não é com todo mundo que gosto de fazer isto.
O referido amigo tornara-se fã do Zé Gatão, adquirindo os dois primeiros álbuns, assim, certo dia, munido do primeiro encadernado da nova história, fui até lá para mostrar a ele. Havia, naquele horário, pouco movimento na loja, um indivíduo olhava alguma coisa num canto. Embora meu colega fosse um tanto reservado, seu entusiasmo diante dos meus quadrinhos me contagiou e passamos a conversar animadamente sobre as cenas da narrativa e planos que eu tinha para a publicação. Vez ou outra entrava um cliente e eu me afastava, quando a pessoa ia embora reatávamos o colóquio. De repente, o cidadão que estava por ali "bicando" as revistas atravessou bruscamente à minha frente e bradou com violência: "FRANCAMENTE, CARA, ISTO NÃO É LUGAR PARA BESTEIRAS, FAÇA-ME UM FAVOR! SE NÃO TEM O QUE FAZER, DEIXE OS OUTROS EM PAZ! VÁ CONVERSAR ASNEIRAS EM OUTRO CANTO!"
Era um velho magro apoiado numa bengala, usando óculos demodê, com os cabelos bastos pintado de um marrom encardido, tinha uma pele macilenta de uma palidez cadavérica. Era como se o tivessem desenhado sobre um papelão avelhantado e recortado os contornos com uma tesoura rombuda e só permanecesse em pé auxiliado pelo bastão. Jogou um jornal sobre o balcão e me ignorou, pagou e arrastou-se à saída. Eu e o colega, tomados de surpresa ante a iracúndia verbal do macróbio, ficamos sem reação. Tudo levou segundos mas aquelas palavras pareceram-me um longo discurso. Bem, da minha parte, não tenho o hábito de destratar ou espancar velhotes falastrões, mas vontade não me faltou. Calei-me, sentindo algo entre a fúria e o constrangimento. O rapaz da loja disse que teve vontade de retrucar, mas não teve presença de espírito.
"Quem é esse sujeito?" Perguntei.
"Esse cara é um filho da puta, rapaz! Uma das pessoas mais arrogantes que conheci. Trata todo mundo como merda. É um jornalista do Diário de ...."
"Escreve sobre o quê? Economia? Política?" Quis saber.
"Nada, é da coluna que fala sobre a sociedade, pessoas proeminentes de Pernambuco." 

 Lembrando isto hoje, até encontro explicação para o comportamento ultrajante do aleijado, muitas vezes também me aborrecem certas conversas efusivas em ambientes inadequados, mas a diferença é que eu jamais procederia daquela forma, se estou incomodado, me retiro.

O assunto não ficou esquecido, tanto que tempos depois um outro moço que trabalhava na loja, ao conversar com um indivíduo frequentador do lugar disse: "Hei, fulano, o Eduardo já teve problemas com aquele velho, sabia?"
"Mesmo? O que aquele escroto aprontou com você?" Quis saber o fulano.
Contei o ocorrido e indaguei se ele conhecia tão abjeta criatura.
"Se conheço? Aquele cara é um merda! Um veado trambiqueiro, fiz um serviço para ele e até hoje não me pagou! Não adianta cobrar. O cara aluga umas minas de programa pra irem ao apartamento dele, faz umas orgias muito loucas, sabe!?"

Já topei com o velho no mesmo lugar outras vezes, mas para evitar confusão, é ele entrando e eu saindo.
Não tem tanto tempo fui a um mercado de frutas e legumes que fica perto de onde moro e lá estava o aleijado, próxima dele, uma moça na faixa de uns 30 anos, um corpo absurdamente bem feito, cabelos pintados de louro e esticados na chapinha, escolhia umas hortaliças. De mim pra mim mesmo, não pude deixar de perguntar: "Namorada? Empregada?" Soube depois que era a diarista dele.

Aquele sujeito e aquela moça era uma cena tão improvável que cheguei a pensar se não daria uma boa história em quadrinhos. Mas, sinceramente? Não me senti inspirado. Hoje me ocorreu este post. Só isso.





A LUNETA MÁGICA ( 03 )

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Eita dia complicado do cacete! Nem deu pra postar legal como eu queria, cheguei da rua tão moído (é tanto abacaxi pra descascar!) que só a instantes é que liguei o computador.

Sempre dou uma passeadinha no Face pra ver recados e me deparo com aquelas chatices que se acumulam sobre essas manifestações. O Brasil acordou! Porra, só agora?!? Um índice absurdo de corrupção, analfabetismo e violência de níveis estratosféricos que grassa já a anos e só agora o povinho acordou? Se essas expressões de revolta fossem em prol de uma mudança do código penal ou pra botar na cadeia os ladrões que comandam esse país eu apoiaria, mas não se enganem, não é isso que fazem, embora insistam que não é por 20 centavos, estas ações são para gerar um cadáver, pra botar fogo no circo pra valer. Violência? Só nos filmes e nos quadrinhos. Na vida real, tô fora. Seja por parte da policia ou por parte dos inúmeros mal informados e mal intencionados.
Deviam ter votado direito ao invés de colocar as raposas para tomar conta do galinheiro.

Bom, chega desta merda. Critiquei a rede social e to eu aqui falando de um assunto que deu o que tinha que dar.

Fiquem aí com algumas artes de A Luneta Mágica e vamos relaxar um pouco.

So long.


DA SÉRIE HISTÓRIAS JAMAIS CONTADAS, "AS DOZE MORTES DE ANABELLA COLOSTRO E A RUÍNA DE KIKO BAGALHODA".

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Umas das idéias que mais agitaram minha cuca a alguns anos atrás foi a trágica história de Anabella e seu namorado Kiko, um marginal da pior espécie. Seria minha roadtrip em quadrinhos. Um casal muito louco aprontando todas pelas estradas. Muita violência e insanidade, nada seria poupado, velho, anão, preto ou aleijado. Até que num acidente bem feio eles topam com uma família extremamente bizarra, aí a coisa fica complicada de verdade, com direito a um feitiço que faria a protagonista ser morta pelo próprio namorado 12 vezes da piores formas possíveis ao longo da tentativa de reverter a maldição.

Mais um roteiro que ficou apenas dentro da minha cabeça, não escrevi nem desenhei nada e os detalhes se perderam em meio as tralhas de trabalhos comissionados e as poeiras do tempo, associado a um mercado de hq nacional inexistente.

A ideia surgiu após assistir a uma matéria que se propunha dissecar o que levava patricinhas a se envolverem com marginais. Não seria por dinheiro, então, o quê?
Bom, esta como tantas outras ficaram tamborilando em minha mente até que para meu conforto espiritual a reservei a um cantinho secreto da minha cachola.

Voltarei a este material? Só tempo dirá. O que temos por hora são esboços e esta aquarela que só acentuará a minha fama de doente.



ARTE NÃO REEDITADA.

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"Há tempo para tudo debaixo do sol". Palavras do Livro Sagrado. Com a confiança posta nas promessas do Criador, aguardo meu próximo trabalho (que seria mais um clássico da literatura brasileira). A editora para qual venho trabalhando a uns três anos atrasou a entrega do material; como consequência disto, não há de onde tirar dinheiro para pagar as contas que já vão vencendo.
Para não me atrapalhar todo tive que dedicar meu tempo integral a esta empresa deixando as breves lacunas para minhas artes pessoais. Aí vocês podem imaginar o sufoco em que me encontro quando um projeto é postergado.
Nestes dias de entressafra procurei outros canais, mas como sempre é algo torturante até falar por e-mail com a pessoa responsável pelo setor de artes de uma editora. No meu caso desta vez deu em nada. Recorri ainda a uns conhecidos para ver se me indicavam algo, mas ninguém sabe de coisa alguma. O que noto é que há uma crise no setor, pelo menos por aqui, pois os artistas locais reclamam que não há trabalho.  Continuo tentando, afinal não há como ficar refém de um único cliente. Só me resta esperar pelo que foi prometido.

A arte de hoje foi publicada no livro "Desenhando Anatomia-Figura Feminina", que está esgotado e não foi acrescentada na nova edição da Editora Criativo.




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